Amanhã, às 10h, o governo do Estado inicia, na Cidade Universitária, a segunda etapa das obras de recuperação ambiental do Canal do Fundão e arredores. O governador Sérgio Cabral, o vice-governador Luiz Fernando Pezão, a secretária de Estado do Ambiente, Marilene Ramos, o subsecretário de Projetos e Intervenções Especiais da SEA, Antônio da Hora, e o presidente do Instituto Estadual do Ambiente, Luiz Firmino Martins Pereira, participam da apresentação do projeto, considerado um dos maiores programas de descontaminação já realizados no mundo.
O empreendimento nesta fase inclui o desassoreamento de um novo trecho do canal na região do pólo portuário naval do Caju, a construção de uma ponte ligando a Ilha do Fundão ao continente, a recomposição e criação de áreas de manguezais e a urbanização e saneamento da Vila Residencial da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O desassoreamento compreenderá o trecho entre os antigos estaleiros Caneco e Ishibras, aumentando a profundidade do leito para 8 metros, permitindo o acesso às embarcações de maior calado. Conforme estimativas da Associação das Empresas do Caju e da Ilha do Fundão (Aeci), que reúne estaleiros, empresas de reparo naval e fabricantes de equipamentos para indústria de petróleo e offshore, com as intervenções haverá um crescimento de 500% no número de postos de trabalho, passando dos atuais 1.300 para 6.700 empregos. A entidade estima ainda que agregará o desenvolvimento do comércio e da prestação de serviços naquela área da Região Metropolitana, que tem o menor IDH da capital, gerando mais empregos indiretos.
A nova ponte terá de 780 metros de comprimento, sendo 200 metros de vão livre, suspenso por 2.500 metros de cabos de aço, presos a um pilone de 96 metros de altura, o equivalente a um prédio de 30 andares. O sistema que dispensa pilares no leito do canal tem por objetivo não interferir no fluxo das águas. Nas margens, o replantio da vegetação e recuperação de manguezais abrangerá 165 mil metros quadrados de áreas. Para isso, foi construído um viveiro com 70 mil mudas de plantas originárias da região.
A recuperação ambiental do Canal do Fundão e região teve início em maio do ano passado com o desassoreamento do trecho entre a Estação de Tratamento de Esgoto Alegria e o Hospital Universitário do Fundão. O total desassoreado abrange 7 km de extensão do canal, com a dragagem de 2,2 milhões de metros cúbicos de sedimentos - o equivalente a 2,5 "Maracanãs" de resíduos - com a retirada de uma camada de pelo menos quatro metros de profundidade, a partir do nível da água. Após a dragagem, os sedimentos não contaminados passam por um processo de separação da areia por meio de uma tecnologia denominada hidrociclones. A água, completamente limpa, é devolvida para a Baía de Guanabara e a areia descontaminada usada em aterros.
Os rejeitos contaminados, o equivalente a 1/5 do total dragado, são encapsulados em células gigantes recobertas por um material chamado geotêxtil (geobags) e misturados a um polímero para que se solidifique. O lixo retirado na dragagem é encaminhado ao aterro sanitário de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, onde os recicláveis são devidamente separados.
O projeto inclui ainda o reforço dos pilares de sustentação da Linha Vermelha e das pontes Oswaldo Cruz e Brigadeiro Trompovski. Os investimentos na recuperação do Canal do Fundão e arredores nas fases I e II somam R$ 294 milhões.
Fonte: Monitor Mercantil
PUBLICIDADE