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Estado do RS pode ter estaleiro para construir plataformas

O governo gaúcho negocia a implantação do sexto estaleiro para montagem de plataformas destinadas à exploração de petróleo e gás. A informação é do diretor-presidente da Agência Desenvolvimento e Promoção de Investimento (AGDI), Marcus Coester, que participa até hoje em Houston, nos Estados Unidos, da Offshore Technology Conference (OTC), maior feira mundial da indústria oceânica. Coester projeta um investimento superior a US$ 100 milhões. O dirigente, que não revela o grupo interessado, apenas que é de capital estrangeiro, destaca que o Estado está à frente de Pernambuco e Rio de Janeiro na preferência para a instalação.

"Há uma saturação de projetos nestes dois estados, por isso o Rio Grande do Sul ganha mais força na decisão sobre novos empreendimentos", justifica o diretor-presidente da AGDI. O executivo, que mantém encontros na feira para badalar o arsenal de atrativos da emergente cadeia industrial local na área, adianta que o estaleiro não deve ser instalado em Rio Grande, região também considerada saturada e onde já está o Estaleiro Rio Grande (pertencente à Engevix), e serão implantados projetos do consórcio Quip, do grupo Wilson, Sons, e da Estaleiros do Brasil (EBR). Os projetos somam aporte estimados em R$ 2 bilhões nos próximos dois anos. Coester assinala que o novo empreendimento deverá se inserir no roteiro de hidrovias que conectam o centro ao porto de Rio Grande. O projeto seguiria estratégia adotada pela futura operação da Iesa, em Charqueadas.

Na feira, acompanham o dirigente da agência, criada no atual governo, o coordenador do comitê de Petróleo e Gás da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), Oscar Azevedo, e Aloísio Nóbrega, diretor de Promoção Comercial e Atração de Investimento da AGDI. Na tarde de ontem, os representantes gaúchos se reuniram com uma empresa de engenharia interessada em implantar uma base de desenvolvimento no Estado. "Nossa missão aqui é principalmente apresentar os atributos gaúchos, que reúnem polo metalmecânico, programa de incentivos, parques tecnológicos e mão de obra, além de áreas disponíveis", elencou Coester.

Em Houston, o grupo estadual utiliza a estrutura do estande brasileiro, que abriga interlocutores de empresas locais do setor. A Petrobras é a vitrine. São 2,5 mil expositores na edição de 2011, que atraem 60 mil visitantes.

O pavilhão brasileiro, organizado pelo Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) em parceria com a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), é um destaque no evento, com 36 expositores. Cinco grupos gaúchos estão no local. Pelo menos outras 10 empresas gaúchas estão presentes no evento como visitantes. "Nos próximos dois meses está sendo decidido o futuro de 20 a 30 anos da indústria de petróleo e gás no Brasil. Esta é a hora de os grupos se inserirem ou não nas demandas", advertiu o diretor-presidente da AGDI.
Petrobras testa tecnologia que transforma gás em óleo

A Petrobras estuda tecnologia inédita para instalação de unidades de Gas To Liquid (GTL) em suas plataformas do pré-sal. Atualmente, esta técnica que transforma o gás natural em óleo existe apenas em unidades instaladas em terra e nunca pôde ser levada para alto-mar devido ao tamanho exagerado das plantas, que não seriam suportadas por uma plataforma. Mas a gerente-executiva de Exploração e Produção da Petrobras, Solange Guedes, afirmou que a companhia está estudando junto a parceiros especializados neste tipo de tecnologia uma forma de instalar unidades reduzidas de GTL sobre as plataformas.

Cada unidade, segundo ela, seria como um módulo a mais - a exemplo dos já existentes de compressão de gás natural ou de geração de energia. Por conta disso, teriam uma capacidade reduzida, para processar apenas 500 mil metros cúbicos por dia. "Tudo ainda está em estudo e precisa ser testado devidamente antes de ser aprovado para um piloto", afirmou Solange. Segundo ela, até o final de 2012 todo o processo estará concluído. A implementação de unidades de GTL visa a um melhor aproveitamento do gás natural que existe em grande quantidade nas áreas do pré-sal da Bacia de Santos, e é associado ao petróleo extraído dos reservatórios.

Por conta do limite de capacidade de transporte por dutos, e pelas restrições à sua queima excessiva, o gás acaba sendo um fator limitante para a exploração das áreas, já que não se pode fazer estoques do produto. A Petrobras tem trabalhado com perspectivas de reinjeção e de aproveitamento do gás nas próprias plataformas, como de praxe em outras regiões. Porém, no pré-sal a quantidade de gás supera estas saídas convencionais.

Fonte: Jornal do Commercio (RS)/Patrícia Comunello






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