O estaleiro Oceana, do Grupo CBO, lançou à água em Itajaí a primeira de uma encomenda de seis embarcações do tipo AHTS 18.000 para a Petrobras. São navios de apoio marítimo offshore, projetados para manusear âncoras, reboque e suprimento para plataformas de petróleo.
A encomenda foi uma das ¿sobreviventes¿ após o plano de desinvestimento da estatal no país. A embarcação, que recebeu o nome de CBO Bossa Nova, começou a ser construída em 2015 e deve ser entregue definitivamente na metade deste ano. Tem 81,5 metros de comprimento e 19,5 metros de boca.
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Com previsão de chegar a 33 navios em operação após finalizar os AHTS, o Grupo CBO comemora crescimento de 22% na frota, na contramão da profunda retração que atinge a indústria naval brasileira.
No ano passado a empresa transferiu para Itajaí toda a produção, que até então era dividida com a sede em Niterói (RJ). A incorporação gerou empregos e foi um ¿respiro¿ no ciclo de demissões no setor no Estado, que já durava desde 2015. Em Itajaí e Navegantes, que concentram os estaleiros especializados na construção naval em Santa Catarina, mais de 5 mil trabalhadores foram dispensados nos últimos dois anos.
Expectativa
O Oceana, junto com os estaleiros Detroit, também de Itajaí, e Navship, em Navegantes, mantiveram a capacidade de operação na região. Os demais desmobilizaram grande parte do setor industrial _ no entanto, não fecharam as portas. Um indicativo de que há perspectiva de reaquecimento.
Rafael Theiss, presidente do Sindicato das Indústrias de Construção Naval (Sinconavin) diz que o mercado estabilizou nos últimos meses e as ondas de demissões foram enfim estancadas.
O setor aposta na abertura de investimento estrangeiro na exploração do pré-sal para voltar a crescer. Para ele, 2017 ainda será um ano de expectativas. Mas as encomendas tendem a voltar em 2018.
Fonte: Clicrbs