DO RIO - Os estaleiros nacionais vêm perdendo importantes encomendas para concorrentes estrangeiros, em especial os asiáticos, não só na área de plataformas e son- das de petróleo mas tam- bém no segmento de navios de transporte.
A Vale encomendou recentemente 12 navios ao estaleiro chinês Rongsheng Shipbuilding and Heavy Industries, um investimento de US$ 1,6 bilhão.
Além das embarcações chinesas, a mineradora mandou construir sete navios, por US$ 748 milhões, no estaleiro Daewoo, na Coreia do Sul.
Além dos 19 navios comprados na Ásia (12 na China e 7 na Coreia), a empresa fez contratos de longo prazo para utilizar 16 embarcações que estão sendo construídas por outros armadores fora do Brasil, que serão entregues até 2013.
Em contrapartida às encomendas internacionais, a Vale fez o pedido de construção à indústria nacional de 51 embarcações, entre rebocadores, comboios fluviais e catamarãs.
Mas o investimento no Brasil ainda é tímido diante dos pedidos feitos lá fora: R$ 404 milhões (ou cerca de US$ 252 milhões).
Entre os 15 rebocadores encomendados no Brasil pela Vale, 11 foram construídos no estaleiro Detroit, em Itajaí (SC), e outros quatro no estaleiro Santa Cruz, localizado em Aracaju (SE).
No passado recente uma outra empresa brasileira, a Mercosul Line, que pertence à maior empresa de contêineres em operação no mundo, a dinamarquesa Maersk, importou dois navios.
A operação foi criticada pelo Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval), mas defendida pela própria agência reguladora do setor, a Antaq (Agência Nacional de Transporte Aquaviário).
TECNOLOGIA
Segundo o Sinaval, os estaleiros brasileiros precisam de pelo menos quatro anos para gerar a capacidade e dominar procedimentos e tecnologia de construção.
Com a séria crise vivida pelo setor de estaleiros nas décadas de 1980 e 1990, a indústria naval brasileira praticamente desapareceu, e somente agora retoma a sua capacidade de atendimento ao mercado mundial.
Os estaleiros nacionais projetam para os próximos dez anos a construção de 40 plataformas e sistemas de produção de petróleo, 400 embarcações de apoio marítimo e 70 navios petroleiros para fazer o transporte entre as plataformas e os terminais localizados na costa, segundo dados do Sinaval.
(Fonte: Folha de São Paulo (SP)/LEILA COIMBRA)
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