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Estaleiro no porto de Suape acumula prejuízo de R$ 1,38 bilhão

O Estaleiro Atlântico Sul (EAS), no Complexo Industrial de Suape, em Pernambuco, registrou em 2017 um prejuízo de R$ 466,1 milhões — valor sete vezes maior que o do ano anterior, de R$ 62,2 milhões. O balanço foi divulgado no Diário Oficial de Pernambuco da última sexta-feira, 11. O prejuízo acumulado é de R$ 1,38 bilhão. E aconteceu mesmo com um aumento de 37% na receita consolidada líquida de um ano para o outro, fechada em 2017 em R$ 918,2 milhões.

O EAS pondera que o prejuízo não tem relação com o resultado operacional, que foi impactado por uma exigência legal de provisão contábil. Em nota, a empresa destaca que o aumento de receita permitiu que a margem bruta do negócio mais que dobrasse (de 12,3% em 2016 para 27,1% em 2017).


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Com relação ao prejuízo, a empresa diz que o resultado operacional foi “significativamente” impactado pela necessidade de realização de “provisão para valor recuperável de ativos”. “Trata-se de medida de caráter contábil necessária em função da falta de perspectiva com relação a novas encomendas, mas que não guarda relação com o desempenho operacional do Estaleiro em 2017. Não fosse a exigência legal dessa provisão, o resultado operacional do EAS em 2017 seria de R$ 105 milhões”.

O EAS tem divulgado que as encomendas à empresa se encerram em maio de 2019 e, caso não haja novos pedidos, a companhia terá que demitir pessoal já no fim deste ano e poderá até encerrar as atividades, fechando 3,6 mil postos de trabalho.

A companhia tenta aprovar empréstimo junto ao BNDES para atender à demanda da Satco — potencial cliente que pretende comprar cinco navios. O EAS também espera que a Petrobras contrate novas embarcações, mas precisa que sejam aprovadas regras de conteúdo do local para poder competir com empresas estrangeiras. Outra opção para manter a atividade seria, ainda, conquistar uma das encomendas da Marinha do Brasil, que vai investir US$ 1,8 bilhão na construção de quatro corvetas, com a primeira entrega prevista para 2022.

Segundo destacam os auditores, a continuidade operacional depende do sucesso de contratações de clientes. Atualmente, a capacidade de geração de caixa da companhia para saldar suas obrigações está sendo financiada por capital das partes relacionadas e pela obtenção de empréstimos. O empreendimento pertence aos grupos Camargo Corrêa e Queiroz Galvão.

No primeiro trimestre deste ano, os acionistas integralizaram R$ 90 milhões ao capital da companhia, mas o patrimônio líquido caiu mais de 50% no período, fechando em R$ 456,3 milhões. A dívida total soma mais de R$ 1,8 bilhão, e a companhia possuía R$ 100 mil em caixa no fechamento do balanço em dezembro.

Fonte: O Povo






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