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Evento discute propostas para o petróleo

Considerada o berço da exploração de petróleo no País, a Bahia passa por um momento de vacas magras, em relação à economia do recurso natural, produzindo menos de 1/5 de barris, se comparado com o melhor período da atividade econômica. E para incrementar oportunidades, o caminho escolhido pelos produtores é a atividade nos campos terrestres do estado.

A alternativa foi apresentada na último sexta-feira (25), no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), durante o 1º Fórum Bahia Onshore. Batizado inicialmente de “Reate”, o projeto foi construído pela Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP), como uma resposta à venda de 104 campos terrestres que foi formalizada pela Petrobras no dia 2 de março deste ano, e que aponta para um cenário de oportunidades para a cadeia produtiva e fornecedores baianos.


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De acordo com o secretário executivo da ABPIP, Anabal Santos Junior, o encontro acabou sendo produtivo, por dar a possibilidade de fazer, em um mês algo que não se fez em dez anos.

O projeto surgiu da necessidade de se criar as condições para que a produção terrestre volte a crescer. “O Reate vai criar essa ambiência de negócio mais favorável em que possa vir investimento, geração de empregos e renda, royalties, dentre outros.”, destacou.

O “Reate” é visto como um sopro de esperança para que o estado possa voltar a desenvolver-se através da cadeia do petróleo. A Bahia, em seus tempos áureos da atividade petrolífera, chegou a produzir até 150 mil barris por dia. Hoje, são aproximadamente 20 mil.

O projeto também é visto como uma forma de contribuir com a geração de emprego no Recôncavo – uma das regiões que mais sofreram com a redução dos postos de trabalho no estado.

Presente no fórum, o secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix, enfatizou a necessidade de ações urgentes que possam reascender a economia da produção petrolífera, inclusive, dependendo cada vez menos da Petrobrás.

Félix adiantou que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) fará uma reunião no próximo dia 14, e que os produtores já foram convidados para lançar o “Reate” durante o evento, em uma solenidade simbólica que contará com a presença do ministro Fernando Coelho Filho, em Brasília.

Embora tenha contado com o apoio do Ministério de Minas e Energia e, mesmo do Governo do Estado – representado durante a reunião pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Jorge Hereda –, o programa é visto com ressalvas, sobretudo pelos fornecedores locais, representados pela Redepetro.

Programa lançado é alternativa de fomento à atividade

Segundo explica o secretário executivo da entidade na Bahia, João Paulo Paschoarelli, o programa que está sendo visado como alternativa para fomento da atividade, comete o mesmo erro de projetos anteriores, ao dar atenção apenas aos produtores, sem enxergar toda a cadeia produtiva de óleo, gás e energia.

“Como é que você vai poder viabilizar a produção em campos marginais – onde cada centavo é importante – sem tecnologia local e sem fornecedores locais? Os fornecedores locais não estão participando desta cadeia. A solução é um setor que consiga testar as novas tecnologias desenvolvidas pelas pequenas empresas, e hoje, não há um campo disto”, avaliou Paschoarelli.

Representante institucional da Redepetro nacional, Paschoarelli explica que um modelo de negócios onde a produção que chega ao estado traz toda sua cadeia produtiva de outros locais, não deixa com que a cadeia local se desenvolva. Segundo ele, a queixa não pertence apenas a Bahia, mas a todos os estados com produção de petróleo, excetuando o Rio de Janeiro e São Paulo.

“É preciso que haja políticas específicas de desenvolvimento em negócios entre produtores e fornecedores. A queixa é em todo o Brasil. Dizem que será dada preferência aos fornecedores locais, mas não dão. Isso acontece no Polo Petroquímico, e demais regiões industriais do País. As empresas que chegam, trazem os fornecedores de sua origem e nós nunca participamos nem somos consultados”, explicou.

Fonte: Tribuna da Bahia/Matheus Fortes






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