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Exxon faz pressão para exportar mais

A Exxon Mobil Corp., maior produtora de petróleo dos Estados Unidos, está pedindo ao governo americano para suspender as restrições do país à exportação do produto, que remontam à crise do petróleo causada pelo embargo que os países árabes impuseram aos EUA em 1973.

A petrolífera sediada em Irving, Texas, está apoiando publicamente as exportações por prever que haverá uma ampla oferta de petróleo nos EUA e no resto do mundo nas próximas décadas e também uma demanda maior, segundo uma análise das perspectivas do setor que ela faz anualmente e que foi divulgada ontem.

"Não vivemos uma era de escassez; vivemos uma situação de abundância", disse numa entrevista Ken Cohen, vice-presidente da Exxon para assuntos públicos e de governo. "Precisamos repensar nosso sistema regulatório."

A Exxon calcula que, até 2015, só nas formações de xisto da América do Norte, as petrolíferas vão explorar mais petróleo que a produção atual de todos os membros da Opep, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, menos a Arábia Saudita.

No mundo todo, as petrolíferas vão aumentar a produção até 2040 e ainda deixar quase dois terços das reservas de petróleo do planeta intactas, afirma a Exxon.

Petróleo e gás estão se tornando mais abundantes, argumenta a empresa, à medida que novas tecnologias tornam possível extrair os combustíveis em grandes profundidades do solo marítimo e de formações de xisto e areia betuminosa. A abundância de petróleo e gás nos EUA apresenta um desafio para a Exxon. A produção crescente superou a demanda nos EUA, derrubando os preços e corroendo as margens de lucro das petrolíferas.

A Exxon há muito defende que as mesmas regras de comércio aplicadas a outros produtos feitos nos EUA deveriam valer para petróleo e gás. A empresa já afirmou que o país está produzindo combustíveis suficientes para se tornar um exportador. Mas agora a maior companhia de petróleo de capital aberto do mundo está explicitamente exigindo o fim da proibição à maioria das exportações do produto nos EUA.

No ano passado, a Royal Dutch Shell PLC e a ConocoPhillips também exortaram o governo americano a autorizar as exportações de petróleo.

A pressão deve enfrentar forte resistência de grandes usuários de combustíveis, que temem que exportar petróleo pode elevar os preços no mercado interno, bem como daqueles preocupados com os efeitos do aumento da produção sobre o meio ambiente. As exportações podem ainda sofrer oposição das refinadoras, que se beneficiam dos baixos preços do petróleo.

Os EUA permitem o envio de certo volume de petróleo para o Canadá, mas proíbem a maioria das outras exportações. Algumas firmas, inclusive a Exxon, já estão tentando exportar gás natural para países dispostos a pagar um prêmio pelo produto. O governo americano aprovou licenças para que vários terminais exportem gás natural liquefeito para países com os quais os EUA não têm acordos de livre comércio.

A Exxon estima que o mundo vai consumir 35% mais combustíveis em 2040 que em 2010, devido sobretudo ao crescimento da população e da renda na Índia, China e outros países em desenvolvimento. Cerca de 60% da energia necessária em 2040 virá de petróleo e gás, comparado com 7% das hidrelétricas e outros combustíveis renováveis, projeta a empresa.

A empresa está cada vez mais otimista sobre o volume de petróleo que pode agora ser extraído com a tecnologia existente, prevendo que 65% das reservas de petróleo do mundo ainda vão estar inexploradas em 2040. No relatório do ano passado, a Exxon estimou que o mundo teria usado "menos da metade" de suas reservas. Os números não especificam se a extração é economicamente viável.

A BP PLC, que publica seu próprio panorama do setor de energia, afirma que ninguém "pode saber quanto petróleo existe no subsolo ou quanto será possível produzir".

Apesar do boom da produção nos EUA, a Exxon projeta que o maior aumento virá do Oriente Médio. Até 2040, 45% do fornecimento de petróleo e combustíveis líquidos derivados do mundo virá da Opep, ante 40% em 2010, estima a empresa.

Não será fácil nem barato extrair a maior parte do petróleo ainda inexplorado. A Exxon aposta em inovações como plataformas no Ártico resistentes a icebergs e poços que chegam a até 11.000 metros de profundidade para atingir reservas submarinas. Além disso, a companhia projeta que as emissões de carbono vão custar US$ 80 por tonelada até 2040 à medida que os governos tomam medidas para diminuir os gases do efeito estufa, aumentando os custos da exploração.

O cenário traçado pela gigante do petróleo dá continuidade à divergência com ambientalistas e alguns membros do governo que defendem a limitação do uso de combustíveis fósseis para reduzir as emissões, alertando que elas estão causando o aquecimento do planeta. A Agência Internacional de Energia prega uma redução de 50% do consumo de petróleo até 2050, uma visão que os executivos da Exxon descartam como irrealista.

Em vez disso, a Exxon vislumbra as emissões atingindo seu máximo em 2030, com o carvão dando cada vez mais lugar ao gás natural, que emite perto de 50% menos carbono quando queimado para gerar eletricidade. Fontes não convencionais de gás, como o xisto, vão responder por 33% do fornecimento mundial até 2040, prevê a petrolífera.

Fonte:Valor Econômico/Daniel Gilbert | The Wall Street Journal


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