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Fabricantes buscam recebimento de encomendas para a Petrobras

Em pouco mais de um ano, os fabricantes de máquinas e equipamentos devem assistir nesta semana a segunda troca no comando da principal empresa que movimenta demanda no setor de óleo e gás no Brasil, a Petrobras. Ao assumir a vaga de Aldemir Bendine, o novo presidente, Pedro Parente, deve encontrar um grupo de pequenos e médios fabricantes representados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) com um problema para discutir: cerca de R$ 500 milhões em encomendas feitas por contratadas da petroleira e que não foram pagos. A questão está na mesa da estatal desde o fim da gestão de Graça Foster, no início de 2015.

O valor envolve máquinas faturadas e não pagas e equipamentos que já foram produzidos, mas não foram entregues e estão parados nos pátios das empresas - como se trata de produtos feitos sob demanda, não podem simplesmente serem colocados em prateleira.


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Não são dívidas propriamente da estatal com fabricantes, mas Abimaq tenta sentar com a Petrobras para conseguir desenhar uma solução conjunta para os fornecedores. Uma das expectativas era conseguir passar os pedidos à petroleira para que as obras pudessem continuar e as entregas pudessem ser realizadas.

Passado mais de um ano, o presidente do conselho de óleo e gás da entidade, Cesar Prata, acha pouco provável a obtenção de um acordo único que sirva para todos os casos. Ele explica que a condição de cada projeto é diferente, o que, portanto, muda as chances de sucesso de cada negociação. No caso das encomendas feitas para a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN) V, em Uberaba (MG), por exemplo, ele acha pouco provável que haja grandes perspectivas de negociar o recebimento dos valores com a Petrobras ou a entrega do que já foi produzido e ficou parado, uma vez que o projeto foi cancelado pela estatal. Há esperança, porém, de que uma solução seja pensada para projetos ainda em operação, como é o caso da Refinaria Abreu e Lima (Renest).

Alguns casos foram resolvidos de maneira pontual. A Metroval, fabricante de medidores, disse ter conseguido receber os R$ 3 milhões que eram devidos pela Ecovix. A empresa de saneamento Ecosan também teve quitados os R$ 3,8 milhões que tinha para receber de uma fornecedora da petroleira. Tratou-se, porém, de um caso de exceção: a negociação aconteceu sem interferência da Petrobras e tendo em vista que a Ecosan tem outros contratos com a empreiteira em projetos que não dizem respeito à petroleira. Além de não ter mais nenhum contrato ativo em obra da estatal, a empresa diz que não faz esforço comercial para entrar em obras da Petrobras.

Ao mesmo tempo, a fabricante de válvulas AZ-Armaturen ainda carrega R$ 2 milhões a receber da Alumini, que teve pedido de recuperação judicial deferido, e R$ 1 milhão da TKK Engenharia. No início do ano, teve nova encomenda, de R$ 1 milhão, cancelada, ficando com os equipamentos já prontos parados na empresa - válvulas para o Comperj, informou a companhia. A empresa pretende entrar na Justiça para pedir os recebíveis mais recentes As perspectivas não são boas. Conforme um porta-voz da empresa, tudo que diz respeito à Petrobras está parado, "até pequenas compras, manutenção, coisas do dia a dia. No curto prazo, não estamos muito otimistas".

A empresa de Prata, ASVAC, por sua vez, tem cerca de R$ 750 mil em pedidos para obras da Petrobras para receber. O valor, apesar de pequeno, representa 10% do seu faturamento e diz respeito a válvulas para a construção de sondas pela Sete Brasil.

Para o diretor da Abimaq, a nomeação de Pedro Parente para o comando da estatal passa credibilidade por conta de seu currículo, mas pondera que não chega a dar indícios de soluções para essa questão, uma vez que "ainda não se sabe qual será o papel da Petrobras na economia". O Bendine, disse, "estava enxugando a empresa para deixar economicamente viável, administrando o passivo, cortando despesas, não estava olhando para o papel da empresa na economia e nos investimentos."

Fonte: Valor Economico/Victória Mantoan | De São Paulo






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