De acordo com o executivo-chefe de Operações da Divisão Marítima da Rolls-Royce, Michel Toutant, a empresa está treinando intensamente a equipe que atuará no novo parque industrial. “É um investimento significativo, o que mostra como o mercado brasileiro é estratégico para a Rolls-Royce. Precisamos ser competitivos já que vamos disputar muitas encomendas com empresas de ponta”, disse ele. No ano passado a empresa firmou contrato com o estaleiro Atlântico Sul para o fornecimento de sistemas de energia e propulsão para sete plataformas de perfuração para a Petrobras. A encomenda soma cerca de R$ 335 milhões. Cada uma das embarcarções trará seis grandes propulsores e seis motores diesel Bergen, totalizando 84 equipamentos. O índice de nacionalização aumentará continuamente até que nas últimas unidades fabricadas no Brasil sejam obtidos 51% de conteúdo local.
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A empresa já entregou sistemas de propulsão para mais de 140 unidades móveis de perfuração em todo o mundo e tem encomendas do tipo para mais de 30 unidades. Ela detém 70% do mercado mundial de fabricação de thrusters. Cerca de 50 embarcações com projeto UT já foram construídas em estaleiros brasileiros. Em outubro do ano passado a empresa da apoio offshore Bravante (ex-Navegação São Miguel) contratou projeto UT 775 SE para quatro embarcações que serão construídas para atender contrato de afretamento com a Petrobras. A encomenda soma cerca de R$ 77,7 milhões.
Michel Toutant explicou que a unidade de Santa Cruz só fabricará equipamentos que sejam estratégicos para o mercado brasileiro e para aumentar o conteúdo nacional dos equipamentos a serem fabricados lá, Rolls-Royce delineou um plano de desenvolvimento de parceiros locais. “Essa parceria será essencial para conseguirmos ampliar a utilização de itens nacionais. Queremos ampliar o supply-chain e ajudar no que for possível para que nossos parceiros tenham o máximo de treinamento e qualificação”, diz o executivo, acrescentando que a empresa tem um plano detalhado, ano a ano, onde listou os tipos de equipamento e de fornecedor que pretende desenvolver e qual a capacitação de cada dos parceiros. O foco principal são itens eletroeletrônicos mas a gama de produtos é abrangente.
Segundo ele, para ser bem-sucedida nessa empreitada, a Rolls-Royce está buscando formar uma equipe de excelência não só de técnicos e engenheiros de alto nível e das mais diversas áreas como também dar suporte ao desenvolvimento dos parceiros.