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Fora de Libra, Ecopetrol vê espaço para crescer no país

Depois de se habilitar mas não conseguir aderir ao consórcio vencedor nem se juntar a outras empresas para disputar o campo de Libra, a estatal colombiana Ecopetrol quer crescer no Brasil e continua atenta a oportunidades de aquisições. O presidente da companhia, o geólogo João Clark, elogiou o consórcio que venceu o leilão e diz que agora o objetivo é continuar trabalhando com as áreas que a companhia já tem e esperar novas rodadas de licitações. O foco da empresa, que já investiu US$ 400 milhões no Brasil desde a chegada, em 2006, são áreas offshore. Mas a empresa ainda avalia sua participação na 12 ª Rodada de Licitações, que vai oferecer áreas com perspectivas de explorar gás em terra, marcada para novembro.

"Temos um portfolio, temos trabalho pela frente e vamos esperar novas rodadas. O objetivo da empresa é crescer organicamente, via exploração. Adquirir blocos, estudar, perfurar e descobrir para depois desenvolver, se tivermos sucesso. Esse é o 'driver estratégico' da companhia no Brasil", disse Clark ao Valor.

"Nada nos impede de observar oportunidades de 'farm-in' e 'farm-out'. Mas a linha estratégica é crescer organicamente. E também vamos estar de olho em qualquer tipo de negócio que possa aparecer e que a gente analise que seja de interesse para a companhia", complementa.

Operando em terra na Colômbia há 60 anos, a Ecopetrol é uma iniciante na exploração marítima e no momento procura adquirir experiência na área. Entrou no Brasil, Golfo do México americano e Peru em 2006, sempre como sócia não operadora das áreas no mar. Após dois anos de sua chegada e logo depois das descobertas no pré-sal, o Brasil deixou de fazer leilões, o que o executivo lamenta.

Ao decidir disputar Libra, Clark conta que desde o início a Ecopetrol decidiu que só iria ao leilão se conseguisse aderir a um consórcio com uma porcentagem minoritária, já que se trata de um projeto de alta exposição. "A Ecopetrol é uma companhia que dá os passos com muita segurança, é mais conservadora. Até por isso está sólida no mercado e crescendo, a empresa não se arrisca em aventuras que não pode cumprir", explica o executivo.

A decisão de ter uma fatia pequena, que o executivo não releva, e a falta de experiência na operação "offshore" podem ter contribuído para que não encontrasse parceiros, mas o executivo acha difícil saber as razões das outras companhias.

Clark conta que conversou com representantes de várias companhias de diversos tamanhos, inclusive algumas "majors", sem sucesso. Como se classificou como operador B no leilão precisava aderir a um consórcio que tivesse um A, já que precisava comprovar experiência na produção de petróleo em águas profundas. O que talvez poucos soubessem nessa altura é que a Petronas, habilitada como operadora A, não tinha depositado garantias para o leilão. Isso significava que mesmo ela teria de aderir a um consórcio com pelo menos uma grande. E a indiana ONGC não pareceu ter interesse.

"Conversei com companhias que são operadoras. Algumas disseram logo que não iriam, mas outras disseram: vamos ver, vai depender da Petrobras. Porque todos queriam estar nesse consórcio que venceu, inclusive a Ecopetrol. A gente sabia que ia ser difícil e acho que esse foi um ótimo consórcio para Petrobras", diz, evitando citar nomes de companhias.

Apesar de menor que a estatal brasileira em reservas (tem 1,9 bilhão provados), produção (778 mil barris/dia), capacidade de refino (330 mil barris/dia) e até no número de funcionários, a colombiana vale quase o mesmo que a brasileira em bolsa. O atual valor de mercado da Ecopetrol está em US$ 93,320 bilhões, enquanto a gigante Petrobras vale US$ 104,145 bilhões. Em maio de 2012 e janeiro deste ano a colombiana chegou a superar a Petrobras em bolsa, o que Clark atribui à gestão mais conservadora. O executivo não entra no mérito, mas analistas que já compararam as duas estatais latinas também ressaltam a orientação pró-mercado adotada pelo governo colombiano como diferença importante entre ambas, já que a Petrobras vem sendo chamada pelo governo para ajudar no controle da inflação via subsídio dos combustíveis.

"A Ecopetrol é menor que a Petrobras como companhia, mas está sólida financeiramente e o valor de mercado reflete um pouco a visão do investidor sobre a gestão. Mas temos a humildade de saber que a Petrobras é uma empresa maior", afirma Clark.

Atualmente a Ecopetrol tem participação acionária ou opera sete blocos em fase exploratória no país em águas rasas e profundas. É sócia da Petrobras e Vale em três blocos na bacia Pará-Maranhão, e divide com a Anadarko 50% de um bloco da Bacia de Campos onde foi descoberto o reservatório Itaúna que está em fase de avaliação. Na 11ª Rodada pagou R$ 45 milhões em bônus por três blocos, onde serão investidos R$ 95,7 milhões na exploração. Dos que comprou, opera dois, sendo um em águas rasas na Foz do Amazonas e outro em águas profundas da bacia Potiguar. Também é sócia da Chevron em um bloco em águas profundas da Bacia do Ceará.

Fonte: Valor Econômico/Cláudia Schüffner | Do Rio






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