PORTO ALEGRE - A falta de pagamento dos salários na última sexta-feira, dia 5, e a inexistência de informações sobre o futuro da operação depois do pedido de recuperação judicial da Inepar levaram os funcionários do estaleiro da controlada Iesa Óle o e Gás em Charqueadas (RS) a entrar em greve pela terceira vez neste ano. "Os trabalhadores pararam nesta segunda-feira e as atividades seguem interrompidas, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da cidade, Jorge Luiz de Carvalho.
No fim de julho, a Inepar e a Andrade Gutierrez divulgaram comunicados informando que haviam chegado a um acordo para a entrada da construtora no negócio, mas não revelaram quais os termos do entendimento. O contrato entre ambas ainda não foi assinado, mas, segundo Carvalho, desde o início de agosto já há funcionários da Andrade Gutierrez no estaleiro, inclusive fazendo demissões de empregados mais antigos e contratando outros, boa parte deles do Nordeste do país.
“Está tudo muito vago”, disse o sindicalista, que espera reunir-se nesta terça-feira com o gerente administrativo e financeiro da Andrade Gutierrez, Marcos Aquino, para tratar do assunto. De acordo com ele, haveria uma discussão sobre quem é o responsável pelo pagamento dos salários de agosto, se a Iesa ou a construtora. O Valor pediu informações às duas empresas, mas até agora não obteve retorno.
O estaleiro tem contrato para fornecer 24 módulos de compressão de gás para plataformas de exploração da Petrobras por US$ 720 milhões, com opção para chegar a 32, o que elevaria a operação a US$ 911,3 milhões. Os seis primeiros deveriam ter sido ser entregues em julho, o que não ocorreu devido às dificuldades financeiras enfrentadas pela Inepar desde 2013. Em nota, a estatal informou que “está analisando a situação atual da Iesa e estudando as medidas necessárias para garantir que as obras sejam concluídas dentro dos prazos".
Fonte:Valor Econômico/Sérgio Ruck Bueno
PUBLICIDADE