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Governo é o grande vilão da Petrobras, diz diretor do CBIE

A mão pesada do governo que recai sobre a Petrobras desde o anúncio da descoberta do pré-sal, em 2007, provoca mais uma vez a frustração dos investidores após o anúncio do aumento mais baixo do que o esperado no preço dos combustíveis.

No pregão de ontem, quarta-feira (30/01), as ações preferenciais da empresa (PETR4) caíram 4,76%, pressionando o Ibovespa, que recuou 1,77%, para os 59.336 pontos.

"O reajuste não foi maior para evitar uma pressão inflacionária. O aumento dos combustíveis só foi possível com a diminuição de 18% nas tarifas de energia elétrica para os consumidores domésticos. O governo fez uma transfusão de sangue da Eletrobras para a Petrobras", avalia Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

Mesmo com o reajuste de 6,6% no preço da gasolina nas refinarias, a estatal ainda vende o combustível 11% mais barato em relação ao preço praticado no mercado internacional. O mesmo acontece com o diesel, que foi reajustado em 5,4%, mas é negociado com 25% de defasagem.

"Com este aumento, a relação preço/lucro da Petrobras continua acima do observado entre as grandes empresas do setor em outros países. Além disso, a relação dívida/capital deve continuar aumentando e se aproximar de 35% ao final do ano, nível considerado elevado pela própria empresa", avalia a equipe de análise da Citi Corretora, em relatório.

O documento aponta ainda que a expectativa para o balanço da empresa referente ao quarto trimestre de 2012, programado para ser divulgado no dia 4 de fevereiro, não é positiva.

"O resultado deve ser fraco em função de perdas com a depreciação cambial e também importação elevada de combustível. Esperamos um lucro de R$ 4,7 bilhões e Ebitda de R$ 15,7 bilhões", aponta a Citi Corretora.

Perda de valor

Em setembro de 2010, a estatal fez uma capitalização de cerca de R$ 120 bilhões para arcar com os investimentos necessários para a exploração do pré-sal, o que elevou seu valor de mercado para R$ 362,8 bilhões.

No entanto, pouco mais de um ano depois, em outubro de 2011, a Petrobras valia R$ 252,4 bilhões. "A capitalização foi uma frustração para o acionista, já que o valor foi para o ralo", aponta Pires.

De acordo com Carlos Müller, analista-chefe da Geral Investimentos, o governo fez uma "manobra" para entrar na capitalização e aumentar sua participação na estatal com a cessão onerosa dos direitos exploratórios do equivalente a 5 bilhões de barris, o que significa em valor cerca de R$ 70 bilhões.

"A operação prejudicou os acionistas minoritários, que tiveram de arcar com boa parte dessa conta. Isso foi um sinal de que não há comprometimento da empresa com os acionistas", diz.

Desde a capitalização até o encerramento da sessão desta quarta-feira, as ações preferenciais (PETR4) despencaram 26%, o que significa queda de R$ 24,88 para R$ 18,20.

Análise Técnica

O papel preferencial (PETR4), que terminou o pregão cotado a R$ 18,20, perdeu o suporte de R$ 18,35 e agora caminha para o objetivo de R$ 18,00.

Diante da perda, Raphael Figueiredo, analista técnico da Icap, recomenda venda. "O gráfico mostra a conclusão de uma figura triangular simétrica, o que confirma uma tendência de queda", afirma.

Figueiredo destaca ainda que existe espaço para mais perdas, uma vez que o papel pode cair até o patamar de R$ 17,40 ainda esta semana.

Fonte: Brasil Econômico






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