A presidente Dilma Rousseff anunciou na última sexta-feira (3) que o governo federal vai estimular o desenvolvimento da indústria de navi-peças (fabricantes de peças para indústria naval) no Brasil. Dilma, que participou do batismo da plataforma P-56 da Petrobras, destacou a importância do desenvolvimento da indústria nacional do setor de petróleo.
Por sua vez, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, garantiu aos trabalhadores que a companhia vai encomendar no Brasil as 21 novas sondas de perfuração para exploração nos campos do pré-sal. Isso porque companhia contratou no ano passado sete sondas de perfuração junto ao estaleiro Atlântico Sul em Pernambuco, mas logo em seguida suspendeu o processo de licitação para as outras 21 sondas, o que gerou dúvidas.
"Vamos construir novos estaleiros no Brasil para o desenvolvimento da indústria naval", afirmou.
A P-56 foi totalmente construída no Brasil e tem o maior índice de encomendas junto à indústria nacional, de 73%.Apenas alguns equipamentos de grande porte, como turbogeradores foram importados.
A presidente afirmou que o Brasil alcançou o atual nível de desenvolvimento da indústria nacional de equipamentos para o setor de petróleo graças à decisão do ex-presidente Lula quando em 2003 cancelou a licitação das plataformas P-51 e P-52 que seriam construídas no exterior.
Em sua primeira aparição junto aos trabalhadores, Dilma foi bastante aplaudida pelos cerca de 8 mil trabalhadores que lotam o pátio do estaleiro para a cerimônia.
Durante a solenidade, o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Antônio de Moraes, criticou o empresário Eike Batista por estar plataformas no exterior que serão instaladas em seus campos operados pela sua empresa OGX.
A presidente, que vive um momento de crise política com o caso Palocci, mostrou estar alegre e descontraída sem citar em nenhum momento a crise política pela qual passa o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. Dilma chegou a brincar: "O estado do Rio é abençoado por Deus e bonito por natureza".
A plataforma é um clone da plataformas P-51 e P-52. Essas duas unidades, que seriam construídas no exterior, tiveram suas licitações canceladas pelo presidente Lula no início do seu primeiro mandato, em 2003, e foram construídas no Brasil, com índice de nacionalização de cerca de 60%.
A P-56 tem capacidade para produzir 100 mil barris de petróleo e 6 milhões de m3 de gás natural por dia. A plataforma custou US$ 1,5 bilhão e foi construída no estaleiro da Brasfels, em Angra dos Reis, e deverá entrar em operação em agosto deste ano. A previsão é que a plataforma atinja sua capacidade máxima de produção no primeiro trimestre de 2012.
Estavam presentes na solenidade o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a minstra da Pesca, Ideli Salvatti, e a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, além do governador Sérgio Cabral e de políticos da região.
Dilma repete gesto de Lula em evento da Petrobras
A presidente repetiu, durante a inauguração da plataforma, gestos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em eventos como este, ao assinar seu nome no jaleco laranja vestido por diretores da companhia, autoridades presentes e alguns trabalhadores. Mas ao contrário de Lula, que por diversas vezes sujou a mão de petróleo para carimbá-las nas costas dos "companheiros", Dilma usou uma caneta própria para tecidos, já que a unidade inaugurada ainda não está em operação.
Acompanhada do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, do governador do Rio, Sérgio Cabral, do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e dos diretores de Gás e Energia, Graça Foster, Abastecimento, Paulo Roberto Costa, e Exploração e Produção, Guilherme Estrella, a presidente posou para fotos com trabalhadores do estaleiro e fez homenagem às mulheres que vão operar a unidade.
O próprio jaleco laranja - uniforme da Petrobras - vestido por Dilma durante a visita recebeu autógrafos dos diretores da estatal e do ministro Lobão.
A P-56 é considerada um marco na indústria naval, porque a unidade é a que apresenta o maior porcentual de conteúdo nacional, de 73%, acima dos 65% exigidos por lei. A plataforma terá como madrinha a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), que recebeu homenagens e posou para fotos abraçada com Dilma.
Fonte: Jornal do Commercio (RS)/Agência Estado e Agência O Globo
Fonte: O Estado do Paraná
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