O estaleiro EISA não vai sair do papel. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou licenciamento para a construção da primeira indústria naval de grande porte de Alagoas. Governo e empresários responsáveis pelo empreendimento se reúnem nesta semana para buscar alternativa.

O veto ao estaleiro é assinado pelo presidente em exercício do Ibama, Fernando Costa Marques. O documento aponta que o empreendimento não pode ser construído no Pontal de Coruripe. A região havia sido escolhida pelo governador Téo Vilela, o secretário Luiz Otávio Gomes e o empresário German Efromovich, dono do Grupo Sinergy, responsável pelas obras.

O governo deve se reunir ainda hoje com técnicos do Grupo Sinergy para analisar a decisão do Ibama. Já amanhã deverá haver uma reunião entre Luiz Otávio e Efromovich, no Rio de Janeiro. O objetivo é encontrar outra localização para construir o estaleiro em Alagoas.

Dado como certo durante as eleições de 2010, o projeto foi um dos principais responsáveis pela vitória de Téo Vilela. De acordo com a estimativa da Secretaria de Estado do Planejamento e Desenvolvimento Econômico (Seplande), o estaleiro iria gerar cerca de 50 mil empregos diretos e indiretos.

Os dois EIA-RIMA – estudos de impacto ambiental – produzidos pelo Grupo Sinergy foram rejeitados pelo Ibama. O primeiro, ainda em 2010, por decisão de técnicos locais do órgão. O mais recente foi analisado pela cúpula nacional do Instituto.

A vasta área de mangue que teria que ser destruída foi um dos impedimentos para a concessão da licença ambiental. Pelo menos 70 hectares de mangue no Pontal de Coruripe seriam removidos. A contrapartida da empresa e governo do Estado era recompor cinco vezes a quantia desmatada, mas não foi suficiente.

Pesou na decisão do Ibama o fato de que o estuário é local de reprodução de baleias e peixes-boi. Além disso, espécies da fauna e flora nativa seriam prejudicadas com a indústria naval.

Fonte: Extra/Alagoas

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