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Investimento no polo naval soma R$ 14 bi

Rio Grande recebe R$ 13 bilhões em investimentos na indústria de navios e plataformas marítimas e mais R$ 1 bilhão, em outros negócios
Os investimentos bilionários em diques, estaleiros, cascos de navios e plataformas marítimas são a parte mais vistosa, mas não a única, do polo naval em Rio Grande, no sul do Rio Grande do Sul. Estão em andamento obras de ampliação das vias de acesso e do calado do porto, ao custo de quase R$ 700 milhões. Juntos, eles atraem dezenas de outros projetos privados, que somam cerca de R$ 1 bilhão.
A onda de crescimento começou com a Petrobrás. A estatal encomendou as plataformas P-53, já concluída, P-55, em construção, e P-63, a ser iniciada em breve, a consórcios privados, e a construção de oito cascos de navio FPSO ao grupo Engevix, a ser feita no Estaleiro Rio Grande 1, que o grupo W Torre construiu. Agora, segundo a Secretaria Estadual do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais (Sedai), 30 empresas já estão instaladas na área; sete estão construindo plantas; e outras 22 apresentaram projetos para se instalar. São empresas de fertilizantes, logística, alimentos, madeira, química e, agora, metalúrgicas.
"Semanalmente recebemos novas consultas", diz o secretário estadual do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais, José de Souza Barbosa.
O secretário para Assuntos Extraordinários da prefeitura de Rio Grande, Gilberto Machado de Pinho, conta que passa boa parte do tempo com novos investidores. Nas conversas, ele destaca que, ao contrário de diversos portos cercados de montanhas, o de Rio Grande está diante de uma extensa planície, o que torna mais fáceis as expansões.
O sonho da cidade, para o futuro, é atrair usinas de geração eólica, plantas de regaseificação, fábricas de celulose. Se tudo isso ocorrer até 2020, a população poderá dar um salto, dos atuais 205 mil para 450 mil habitantes. O orçamento municipal subirá de R$ 200 milhões para R$ 800 milhões por ano.
A prefeitura acredita que os investimentos no polo naval vão criar 15 mil empregos diretos e 35 mil indiretos no período entre 2005 e 2015. Somente em 2010 devem ser oferecidas 5 mil novas vagas, inclusive para áreas de hotelaria, alimentação, lazer, transporte e indústria do vestuário.
Enquanto a área industrial demanda soldadores, caldeireiros, encanadores, montadores, ajustadores, eletricistas, pedreiros e carpinteiros, outros segmentos também procuram trabalhadores. "Até para encontrar alguém que lave pratos é difícil", constata o empresário Claudio Silva, dono do restaurante Plaza Grill.
Apesar disso, o desemprego, ao redor de 12% da região metropolitana de Porto Alegre, não vai acabar. Motivo: falta de qualificação da mão de obra.
Nos últimos três anos, a Universidade Federal do Rio Grande (Furg) criou seis novos cursos de engenharia, enquanto o Ministério do Trabalho, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social e a prefeitura passaram a oferecer cursos de qualificação técnica básica.
A metalúrgica Metasa, que está se instalando na região, pediu que a prefeitura formasse 400 trabalhadores e promete complementar o treinamento dentro da própria empresa.
A obra para a construção da nova fábrica começa em um mês. Pronta, em meados de 2011, terá capacidade para processar 60 mil toneladas de aço por ano para fornecer componentes de plataformas marítimas e navios.
A metalúrgica Profab foi das primeiras a se instalar na região. Inaugurada em fevereiro de 2007, a empresa fazia correias e elevadores de caçamba. Hoje, produz também peças de caldeiraria pesada, tubulações e estruturas metálicas e está investindo em novas fábricas, e uma delas será no Rio de Janeiro.
Estimulada pela demanda naval, a empresa passou de seis funcionários, nos primeiros dias, para 180. O faturamento multiplicou-se por oito em três anos.

Fonte: O Estado de S.Paulo/Elder Ogliari, PORTO ALEGRE


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