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Navalshore

Ishibras será reaberto como estaleiro 'Inhaúma'

O Rio de Janeiro vai ganhar mais um grande emprendimento na área naval e offshore: o Estaleiro Inhaúma, que ocupará as antigas instalações do Ishibras, arrendado pela Petrobras no bairro do Caju, Zona Portuária. A retomada das operações do estaleiro, que será usado para construção e reparos de sondas e plataformas a serem utilizadas na exploração de petróleo na camada do pré-sal, deverá gerar cerca de cinco mil empregos diretos. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (10), pelo governador Sergio Cabral e pelo secretário de Desenvolvimento Econômico,Energia, Indústria e Serviços (Sedeis), Júlio Bueno, na abertura do seminário “Balanço do Setor Naval e Offshore”, promovido pela Sedeis.

Antes do evento, Cabral e Bueno estiveram reunidos no Palácio Laranjeiras com o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e outros executivos da companhia para discutir detalhes tributários envolvendo a instalação do novo empreendimento. Também participaram da reunião o vice-governador Luiz Fernando Pezão; o chefe da Casa Civil, Regis Fichtner; o secretário de Fazenda, Joaquim Levy, e a procuradora geral do Estado, Lúcia Lea. Segundo Cabral, dentro de no máximo um mês será resolvida a questão dos créditos de ICMS para atender à demanda da Petrobras. Ainda esta semana, também será definida a redução de 2% para 5% do ISS junto à Prefeitura do Rio, conforme pleiteado pela companhia.

- Hoje, a expressão do antigo Ishibrás são dois guindastes quebrados. Agora, a perspectiva ali é a criação de cinco mil novos empregos diretos. Um gol de placa, inclusive, com a recuperação do nome original, Inhaúma, denominação que me agradou muito. Estamos vendo os detalhes finais. Determinei à minha equipe prioridade absoluta para a reabertura desse estaleiro, cuja desativação foi um crime contra o Rio. Como carioca, fico feliz de ver a indústria naval crescer em outros estados, mas o Rio de Janeiro continua firme na liderança e se expandindo ainda mais – afirmou o governador.

Em seu discurso, Bueno destacou que o estaleiro Inhaúma representa mais um importante passo para a consolidação do setor naval e offshore no Rio de Janeiro. Segundo ele, a confirmação do empreendimento é altamente positiva para o setor, primeiro pela capacidade do futuro estaleiro em atender uma demanda em forte expansão, em razão do pré-sal, e, segundo, pela possibilidade de se revitalizar o Caju, hoje um bairro degradado. Bueno estima que a Petrobras deverá investir mais de R$ 100 milhões para reativar e modernizar o estaleiro, cuja operação deverá ser terceirizada.

Em junho, anunciou o secretário, também será lançada a pedra fundamental do Estaleiro da Marinha, em Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio, onde serão fabricados submarinos, em parceria com o governo francês, um investimento de R$ 4,3 bilhões. A previsão é que sejam criados de dois mil a quatro mil empregos neste novo estaleiro.

Atualmente, o Rio concentra 15 dos 25 principais estaleiros em operação no país, associados ao Sindicato Nacional da Indústria Naval (Sinaval). Juntos, estes empreendimentos geram 25 mil empregos diretos, incluindo a indústria fabricação de embarcações de lazer, que empregam outros cinco mil trabalhadores.  A expectativa é que o setor amplie ainda mais sua atuação no estado a partir dos investimentos previstos na exploração e produção do pré-sal.

O seminário atraiu cerca de 300 pessoas, entre empresários, executivos e trabalhadores das empresas da cadeia naval e offshore, além de representantes do governo estadual, de prefeituras e entidades do setor. A mesa de abertura reuniu, além do governador e do secretário, o vice-presidente da Firjan, Carlos Mariani; o diretor do Sinaval, Sergio Leal; o diretor do Fórum dos Trabalhadores da Construção Naval e Offshore, Joacir Pedro, e os deputados federais Edmilson Valentim (PCdoB) e Luís Sergio (PT) e o deputado estadual Rodrigo Neves (PT).

O evento coloca em pauta investimentos superiores a R$ 3,7 bilhões em três anos na indústria naval offshore fluminense, novas oportunidades de negócios e as ações do governo do Estado para apoiar esses projetos, garantir a competitividade do setor e atrair novos empreendimentos. De acordo com o documento Decisão Rio 2010-2012, produzido pela Firjan, o setor receberá 18,1% dos R$ 20,3 bilhões previstos para a indústria de transformação do estado no período.

De acordo com Bueno, outros investimentos estão sendo realizados em expansão e modernização, para que os estaleiros fluminenses possam absorver a demanda crescente por construção e reparo de embarcações. Há ainda boas perspectivas para a cadeia produtiva, como o fornecimento de máquinas e equipamentos para estaleiros e oportunidades para o setor de navipeças.

Fórum do Prominp - Ainda durante o evento, foi lançado o Fórum do Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás) no Estado do Rio de Janeiro. Coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o fórum reunirá representantes da Petrobras, Firjan, Sebrae, Onip e IBP e vai contribuir para o fortalecimento da indústria fluminense para atender às demandas de bens e serviços da cadeia produtiva de petróleo e gás, principalmente frente às oportunidades que serão geradas pela exploração e produção no pré-sal. A entidade atuará de forma ampla e integrada com os fórums já existentes na Bacia de Campos, em Macaé; no Leste Fluminense, que abrange o Comperj, e em Duque de Caxias, ligado à Reduc.

Da Redação

 


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