A parceria busca trazer tecnologia sul-coreana avançada para fortalecer a indústria naval brasileira
O Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) anunciou a parceria com a Korea Marine Equipment Association (Komea), a mais nova associada da Associação Brasileira das Empresas de Engenharia Naval (Abeemar). A Komea, principal associação de estaleiros e fornecedores de máquinas e equipamentos navais e de petróleo e gás da Coreia do Sul, já possui uma estrutura consolidada em mercados estratégicos como Estados Unidos, China, Cingapura, Arábia Saudita, Grécia e Rússia, e agora expande sua atuação no Brasil.
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"O Brasil tem uma grande necessidade de reconstrução e industrialização para atender demandas internas e se tornar autossuficiente. Com uma riqueza natural vasta e uma força de trabalho robusta, é essencial utilizar esses recursos de maneira eficiente e em prol da economia e sociedade," afirmou Yoon Ho Seo (Gustavo), representante chefe da Komea Brasil, sobre a importância estratégica do Brasil para a Komea.
O objetivo da parceria é promover e expandir a relação entre Brasil e Coreia do Sul, aproveitando os recursos e ferramentas disponíveis para fortalecer a indústria local. A associação sul-coreana planeja trazer o conhecimento e a tecnologia avançada da Coreia do Sul para o Brasil, fortalecendo a cadeia de suprimentos local e gerando desenvolvimento tecnológico.
Yoon Ho Seo (Gustavo) destacou que a Coreia do Sul foi um país subdesenvolvido no passado, mas com esforço conseguiu se tornar uma das maiores potências econômicas do planeta. Atualmente, o país é líder mundial em tecnologia de construção naval e possui os maiores estaleiros do mundo, como HD Hyundai Heavy Industries, Samsung Heavy Industries e Hanwha Ocean, além de estaleiros de médio e pequeno porte com tecnologia avançada e construção de classe mundial.
O representante da associação no Brasil comparou a indústria naval brasileira a um computador antigo que precisa ser formatado e reiniciado. As necessidades e capacidades existem, mas muitas vezes não se sabe por onde começar. Ele acredita que a Komea e a indústria sul-coreana, através da alta tecnologia, engenharia e modelos de negócios, podem contribuir para a construção de uma indústria brasileira mais sólida e de longo prazo.
"Com nosso histórico de desenvolvimento e liderança mundial em tecnologia de construção naval, queremos contribuir para a construção de uma indústria naval brasileira mais sólida e de longo prazo," comentou Yoon Ho Seo (Gustavo).
Entre os projetos já discutidos, destaca-se a criação de comitivas de empresas, profissionais e autoridades de ambos os países para visitas mútuas durante feiras e conferências. Feiras como a Navalshore e a Rio Oil & Gas no Brasil e a Kormarine na Coreia do Sul, organizada pela Komea, são vistas como oportunidades para intercâmbio de conhecimentos e tecnologias. Além disso, a criação de um instituto de pesquisa e desenvolvimento de equipamentos marítimos no Brasil, com suporte coreano, está sendo estudada.
"Desta vez, através da associação da Komea à Abeemar, gostaríamos de fazer diferente. Com profissionais capacitados de ambas as partes e uma comunicação mais interativa, acessível e facilitada pela língua portuguesa, buscaremos tomar a indústria coreana como referência e implantar as práticas na indústria brasileira de forma customizada. Nem tudo da Coreia funciona no Brasil. Precisamos montar uma indústria forte e com tecnologia específica de acordo com as necessidades e demandas do mercado local." concluiu Yoon Ho Seo (Gustavo).