O segmento de "private equity" ainda é uma "criança" no Brasil, considerando as oportunidades que existem no país. Para comprovar essa afirmação, o presidente da Mare Investimentos, Rodolfo Landim, mostrou que a economia do setor de petróleo e gás no país cresceu 16% entre 1998, ano do fim da do monopólio da Petrobras no setor de petróleo, e 2010. Ficou bem acima do crescimento médio de 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país no período.
Para mostrar o potencial de crescimento do segmento petrolífero, Landim chamou a atenção para o fato de o setor ter movimentado, em 2011, US$ 297 bilhões, volume maior que o PIB de alguns países da região como o Chile (US$ 249 bilhões), Peru (US$ 177 bilhões) e Equador (US$ 66 bilhões).
"Sempre mostro esses números para investidores que têm dúvidas quanto a investir em um setor específico", disse Landim, que participou ontem da OTC Brasil 2013, no Rio.
Landim também contou que uma empresa controlada pela Mare Investimentos, na qual tem 50% de participação, a DeepFlex, planeja construir uma fábrica de linhas flexíveis no Brasil, em lugar ainda a ser definido. As linhas flexíveis são equipamentos que ligam os poços produtores de petróleo às plataformas.
O investimento para construção da unidade será de, pelo menos, US$ 80 milhões, segundo Landim, e terá capacidade de produção de 80 quilômetros de linhas por ano. A DeepFlex já tem uma fábrica nos Estados Unidos, onde também vai construir uma segunda unidade fabril.
Landim também é presidente da petroleira brasileira Ouro Preto Óleo e Gás. Segundo o executivo, a empresa estuda a participação na 12ª Rodada de Licitação de Blocos Exploratórios da Agência Nacional do Petróleo (ANP), marcada para os dias 28 e 29 de novembro. A companhia foi habilitada ontem para participar da licitação.
Se for participar, de acordo com Landim, a empresa deve buscar parcerias. "Sempre que puder, a gente entra com parceria, a visão nossa é sempre de trabalhar dividindo risco", afirmou Landim. Segundo ele, há áreas de maior interesse da companhia, mas, por questões estratégicas, o executivo afirmou que não iria comentar o assunto.
O executivo, que também já comandou a BR Distribuidora e a OGX, confirmou ainda que a Ouro Preto ficou com dois blocos arrematados na 11ª Rodada, em maio, e que foram devolvidos pelos vencedores: a Petra e a OGX.
"Assinamos dois contratinhos. A gente bota ovo, mas não cacareja", disse Landim, ao confirmar, de forma peculiar, que já pagou à ANP os bônus de assinatura correspondentes aos dois blocos. Os blocos em questão são o PN-T-114 e o PN-T-137, ambos na Bacia do Parnaíba.
Fonte:Valor Econômico/Cláudia Schüffner e Marta Nogueira | Do Rio
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