Nem a Petrobras nem o CNPE (órgão de assessoramento da Presidência da República) comentaram ontem sobre a possibilidade de adiamento da rodada de licitações.
Anunciada em abril pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a 11ª Rodada de Licitações de Blocos Exploratórios, em preparação pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), está sob ameaça de cancelamento. Pelo menos duas razões embasam as suspeitas que desde o início da semana circulam no mercado petroleiro nacional. A primeira delas é a demora na aprovação do plano de negócios da Petrobras para o período 2011-2015. A segunda, a falta da definição da data do leilão, já que há um período de três meses para o cumprimento das etapas do processo licitatório pela ANP.
O modelo do próximo plano de investimentos já foi por duas vezes vetado - em maio e junho - pelo Conselho de Administração da Petrobras. O conselho é presidido por Guido Mantega, ministro da Fazenda e representante da União.
A ordem do governo federal é para que a estatal reduza gastos, alinhando-se à estratégia de corte de despesas. O veto às versões do plano apresentadas ao conselho mostra que a Petrobras resiste, por ter traçado internamente a meta de crescer quase US$ 50 bilhões em relação aos investimentos atuais, de US$ 224 bilhões.
A irredutibilidade governamental levou o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, a Brasília anteontem. Ele esteve reunido com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. O tema da reunião não foi revelado. O fato é que a direção da Petrobras teme que, caso sejam mantidos os cortes nos investimentos, não tenha condições de se sobrepor às companhias na aquisição dos 174 blocos previstos para serem leiloados, em terra e mar, nas regiões Norte e Nordeste.
Segundo essa ótica, a Petrobras sairia como uma espécie de derrotada no leilão. Assim, um adiamento para o ano que vem seria bem melhor, mesmo que em prejuízo das petroleiras privadas que aguardam há três anos um novo leilão. Os blocos a serem licitados não são da camada pré-sal.
A indefinição da data, segunda razão das suspeitas, está vinculada à primeira razão, porque, de acordo com executivos e consultores do setor ouvidos pela reportagem, resulta da demora na aprovação do plano de negócios da Petrobras. A ANP informou ontem que, para organizar o leilão, precisa de, no mínimo, três meses até a data fixada pelo CNPE. Nem a Petrobras nem o CNPE (órgão de assessoramento da Presidência da República) comentaram ontem sobre a possibilidade de adiamento da rodada de licitações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: A Crítica (Manaus)/Agência Estado
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