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Lições do outro lado do mundo país escandinavo

Noruega – Pouco mais de 50 anos após revolucionar o segmento de petróleo e gás, offshore e construção naval, impulsionada por pesados investimentos em tecnologia e educação, a Noruega continua a dar provas de que o futuro dos recursos energéticos renováveis está no fundo dos oceanos. Conhecedor pleno da sua costa marítima, o país nórdico soube e sabe usar como poucos tudo que os mares têm a oferecer.

O conhecimento técnico e prático adquirido a duras penas, porém, não ficou restrito à Escandinávia. Os vikings são exportadores de tecnologia de ponta na exploração subsea (em águas profundas) e estão dispostos a manter a expertise como referência. Para isso, as empresas lá instaladas contam com o apoio da Innovation Norway, agência vinculada ao Ministério da Indústria e Comércio da Noruega, que costura as rentáveis parcerias.

Embora não lidere o mercado mundial dos produtores de petróleo (ocupa a 14ª posição no ranking com produção diária de 1,92 milhão de barris), a Noruega está no topo graças às incessantes pesquisas e investimentos. Em locais como a Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU), em Trondheim, saem projetos inovadores e empresas sólidas. Corporações, inclusive, que querem participar dos louros do pré-sal.  

A SMSC (Ship Modelling and Simulation Centre) é uma das companhias que está de olho no Brasil. Nela, são desenvolvidos simuladores marítimos para uso em treinamento de embarcações e conceitos operacionais através de softwares próprios. A capacitação serve para todos os tipos de navios em qualquer condição de mar. Um desses programas é o Sistema de Formação Onboard (OTS), com treinamento em tempo virtual.

“O OTS está em fase de reconhecimento de patente, ou seja, não há sistema semelhante no mundo. O custo de implantação é desprezível diante dos benefícios para a tripulação, na prevenção de acidentes. O treinamento pode ser realizado por várias pessoas e é extremamente útil para empresas que prestam serviços offshore”, explica Darcy Nascimento, diretor da ProOil Consultoria, sócia da SMSC Brasil desde 2012.

Na cidade de Ålesund, importante centro de pesquisas oceanográficas, o destaque é a incubação de empresas através de um cluster marítimo, o Norwegian Centre of Expertise Maritime (Centro de Excelência Marítima da Noruega). O local, pioneiro em estudos marítimos, tem incubadas mais de 40 empresas do setor de P&G, 172 equipamentos “suppliers” e mais de 22 mil funcionários.

No complexo, está situado o Centro de Treinamento Marítimo da Rolls-Royce, cujas ferramentas principais são cursos técnicos e simuladores desenvolvidos com o Centro de Simulação Offshore e que representam o que há de mais moderno em tecnologia de engenharia naval, simulação, treinamento, operação e manutenção de equipamentos e embarcações Rolls-Royce.

“O Brasil deve fortalecer as pesquisas e buscar soluções inovadoras para elevar o conhecimento sobre sua própria costa marítima e explorá-la de forma sustentável”, diz o CEO do Centro de Excelência Marítima da Noruega, Per Erik Dalen. O CT da Rolls-Royce, inclusive, abriga anualmente estudantes brasileiros em busca de especialização e troca de experiências quanto ao que está sendo descoberto no Brasil.

Qualidade no ensino
Investir no ensino de qualidade, pelo visto, é determinante para o sucesso no fundo dos mares. Bergen, segunda maior cidade do país escandinavo, com cerca de 272 mil habitantes, é referência na questão educacional a partir da Bergen University College. É dela que saem profissionais prontos para ingressar nas maiores companhias de engenharia naval da cidade, principalmente de plataformas de exploração de petróleo.

A universidade possui seis departamentos em cursos de engenharia naval, com mais de dois mil alunos, e desde 2009 as parcerias com o Brasil têm se estendido. Nos últimos cinco anos, 105 estudantes brasileiros ingressaram na universidade para intercâmbio. Os noruegueses enviaram 80 promissores alunos ao Brasil para conhecer o que está sendo ensinado no Brasil. O interesse se justifica.

Em Bergen, onde está localizado um dos estaleiros mais importantes do mundo, o Kleven, está situado outro importante cluster de P&G, com importantes companhias incubadas, como o Coast Center Base (CCB), a NCE Subsea e a OneSubsea. Se o pré-sal brasileiro é a joia da coroa da Petrobras, pode se espelhar no modelo de pesquisa e capacitação dos noruegueses. Eles, ao menos 50 anos à frente, têm muito a ensinar.

Fonte: Diário de Pernambuco (PE)/Augusto Freitas






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