Porto do Pecém possui 80 mil metros quadrados de área de estocagem de contêineres refrigerados
Conforme o presidente da Agëncia de Desenvolvimento Econômico do Ceará (Adece), Zuza de Oliveira, um dos principais atrativos da ZPE do Pecém é a presença do terminal portuário e sua localização estratégica. O local conta 80 mil metros quadrados de área de estocagem de contêineres refrigerados cheios, utilizando mais de mil tomadas elétricas, garantindo perfeitas condições de escoamento da produção nordestina.
Ele informa ainda que o porto já vem realizando operações de cabotagem com navios indo e vindo do Sul e chegando, inclusive, na Argentina. Este trajeto, destaca, pode trazer uma economia importante para algumas setores locais. "Isso vai facilitar a venda de produtos do Ceará pro Mercosul, e o transporte de milho e soja da Região Sul pra avicultura daqui. Vai ser fácil trazer milho mais barato do Rio Grande do Sul, Santa Catarina pra avicultura daqui. Soja, que só vinha de caminhão. Vai ficar mais barato o frete e o Ceará vai poder comprar em maior quantidade, principalmente agora, porque o milho e soja estão muito baratos no Sul, porque tem uma super oferta", informa o presidente da Adece.
Zuza acrescenta que as frutas produzidas no Ceará e no Vale do São Francisco estão sendo escoadas do Porto do Pecém para Manaus, em uma operação nova, uma vez que, antes, este transporte era feito de caminhão. "Antes, se levava 15 dias. Agora, saindo do porto, são apenas cinco dias", aponta.
"O Pecém começa a ser um porto-centro e, se mais tarde o Canal do Panamá for alargado, como tão dizendo que vai ser, qualquer negociação, qualquer frete que for pra Ásia, passa por esse porto aqui. Hoje, passa 35 dias pra viagem de navio daqui pra Ásia. Vai virar 15 dias se esse canal for aberto, aí os navios brasileiros vão pra Ásia todos por aqui. Se tem um das esquinas de negócio do mundo, vai ser aqui no Pecém", aposta.
O terminal marítimo de São Gonçalo do Amarante também está concretizando o quarto serviço de frequência semanal de exportação de frutas para o exterior, correspondendo a três serviços para países da Europa e um para os EUA. (SS)
Opinião do especialista
Flexibilidade e atração de novos negócios
José Sydrião de Alencar Jr.
Diretor de Desenvolvimento do BNB
A economia cearense tem muito a ganhar com a ZPE, em termos de flexibilidade e atração de novos negócios. O empreendimento abre margem para uma menor incidência de impostos e um notório ganho de competitividade. Então, haverá plenas condições de criar uma plataforma de exportação, unindo alguns setores. Para dar certo, é preciso uma viabilidade logística, um grande aeroporto ou porto para facilitar o escoamento. Naquela região, hoje, existe uma grande atividade, impulsionada pelo Porto do Pecém, que possui uma das melhores condições geográficas entre os portos nacionais. Quando você exporta, você utiliza mão-de- obra local, aí aparecem os efeitos de pagamento de salários, dinamizando o mercado interno. É um efeito multiplicador na economia regional. Existem ZPEs na Europa, EUA, Ásia, com várias experiências vitoriosas e que podem servir como exemplo.
Fonte: Diário do Nordeste/JULIANA VASQUEZ
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