Pressionada por câmbio, custos de depreciação e amortização e pelo pagamento de juros decorrente do crescimento da dívida, a Wilson, Sons viu seu lucro despencar em 2011.
O ganho líquido da operadora integrada de serviços marítimos, portuários e de logística caiu 47% na comparação a 2010, para US$ 37,3 milhões. Em contrapartida, a receita líquida cresceu 21,3% e atingiu o valor recorde de US$ 698 milhões.
Apenas no trimestre final de 2011, a Wilson Sons apurou lucro líquido de US$ 10,1 milhões, um aumento de 16,2% em relação ao mesmo período de 2010. A receita, por sua vez, avançou 11,1%, para US$ 176,8 milhões.
E depois do impacto sobre o desempenho do segundo semestre de 2011, a companhia destacou um ponto positivo para o câmbio neste ano. "Devido à desvalorização do real, devemos observar nos próximos trimestres um alívio para as atividades de exportação, apesar de o mercado internacional estar passando por um momento difícil", informou por e-mail ao Valor a gerência de Relações com Investidores da Wilson, Sons.
Vale lembrar que, em 2011, o dólar subiu mais de 12%, para R$ 1,869, mas chegou a marcar mínima anual de R$ 1,537.
Entre os destaques previstos para 2012, a companhia cita as obras de expansão do Tecon Salvador, que passará a ter capacidade de movimentar 550 mil TEU's (medida equivalente a um contêiner de 20 pés) por ano.
Também está em foco o Estaleiro Guarujá, que dobrará a atual capacidade de construção naval da companhia. Segundo a empresa, as obras serão concluídas no meio deste ano.
A Wilson, Sons também está expandindo as frotas de rebocadores e offshore, de olho no aumento de sua participação no setor de óleo e gás.
A companhia encerrou o ano passado com dívida líquida de US$ 354,2 milhões. Os investimentos somaram US$ 262,9 milhões em 2011, o que representou alta de 57,7% em relação ao montante de 2010.
O plano da Wilson, Sons contempla um valor potencial de US$ 1,8 bilhão a ser investido entre 2011 e 2017 e que engloba os projetos de expansão orgânica da companhia.
Do volume total projetado, 46% será voltado aos negócios de offshore; 21%, aos de rebocagem; 14%, aos terminais portuários; e 12%, aos estaleiros.
Fonte: Valor Econômico/Por Beatriz Cutait e Ana Luísa Westphalen | De São Paulo
PUBLICIDADE