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Lupatech aguarda plano de resgate para crise

Impulsionada pelo governo para se tornar a primeira gigante brasileira no segmento de prestação de serviços para a indústria do petróleo, a gaúcha Lupatech espera um novo plano de resgate da crise provocada pelo alto endividamento contraído para financiar o processo de expansão na última década. Menos de um ano após uma operação de socorro, com injeção de recursos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo fundo de pensão dos empregados da Petrobras, Petros, a companhia continua dando prejuízo e já anunciou três calotes no pagamento de juros da sua dívida.

Nos últimos dias, oscilações bruscas no valor das ações da empresa na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) alimentaram rumores sobre a conclusão de um plano de reestruturação da dívida, hoje em R$ 1,3 bilhão. Em dois ofícios enviados em resposta à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa afirmou desconhecer motivações para o desempenho das ações - em um mês, os papéis acumulam alta de 90%. "O futuro da Lupatech é cheio de incertezas", resume o analista do BB Investimentos, Mário Bernardes Junior. "A administração da empresa vem buscando uma solução, mas o processo não está dando resultados."

Nesta segunda-feira, a companhia anunciou a conclusão da operação de venda da Tubular Services, prestadora de serviços para a perfuração de poços petrolíferos, à Vallourec Transportes e Serviços, por R$ 58,5 milhões. O pagamento imediato de R$ 48 milhões deve representar um alívio, mas ainda não é suficiente, dizem analistas. A venda da Tubular Services retrata bem o momento pelo qual passa a empresa. A unidade foi criada em 2004, como parte do processo de expansão da Lupatech, mas não resistiu à crise da empresa.

Fundada em 1980, ainda com o nome de Microinox e foco no segmento de metalurgia, a Lupatech experimentou vertiginoso crescimento na segunda metade dos anos 2000, com a aquisição de 17 empresas e diversificação das atividades para além da fabricação de válvulas e sistemas de ancoragem para navios e plataformas de petróleo. A companhia abriu capital em bolsa em 2006, com a captação de R$ 453 milhões que foram destinados à compra de mais empresas. A estratégia teve forte apoio federal, em um processo velado de incentivo a um "campeão nacional" do setor de óleo e gás.

O modelo começou a ruir em 2008, com a crise financeira internacional e ganhou contornos de crise com a adoção, pela Petrobras, de maior rigor nos gastos. "A Petrobras sofre ingerência do governo e começa a cortar na própria carne, o que gera dificuldades para os fornecedores", diz o analista-chefe da corretora SLW, Pedro Galdi. A estatal responde, diretamente, por mais de 50% da receita da companhia. Indiretamente, a dependência é maior, já que há, entre seus clientes, outros fornecedores da petroleira. "É a velha máxima: não se deve colocar todos os ovos na mesma cesta", concorda Bernardes Junior.

No último balanço divulgado, relativo ao segundo trimestre de 2013, a Lupatech apresentou prejuízo de R$ 103 milhões - no ano, as perdas passam de R$ 160 milhões - com forte impacto do resultado financeiro negativo. Em caixa, a companhia tinha apenas R$ 21,9 milhões, insuficiente, segundo o comunicado, para sustentar os investimentos necessários ao cumprimento dos contratos. A falta de dinheiro levou a calotes no pagamento de juros de seus empréstimos, no valor de aproximadamente R$ 110 milhões.

A Lupatech contratou o Bank of America Merril Lynch para assessoria no esforço para equilibrar sua situação financeira. Segundo analistas, a empresa tem um bom portfólio de contratos, que começam a gerar receita a partir do ano que vem. O desafio, portanto, é sobreviver até lá. Enquanto não define o processo de reestruturação da dívida, a companhia vem colocando em prática um projeto de redefinição de portfólio, com a venda de unidades menos rentáveis e maior foco no segmento de serviços, que demanda menos investimentos e tem maior rentabilidade. Já foram vendidas três unidades, incluindo a que deu origem ao conglomerado.

O mercado espera que os atuais acionistas sejam novamente chamados a contribuir com a injeção de recursos na companhia. Procurados, BNDES e Petros informaram que não vão comentar o assunto. A capitalização do ano passado teve participação também do fundo GP Investimentos. Entre os rumores que motivaram as ordens de compra e venda nos últimos dias, está uma capitalização com participação também do fundo Vinci Partners, também não confirmada.

O único consenso entre os investidores é que a gigante prestadora de serviços idealizada pelo seu fundador, Nestor Perini - morto em agosto, vítima de um ataque cardíaco - com apoio de instituições ligadas ao governo, como BNDES, Petros e Petrobras, sairá deste processo bem menor do que entrou.

NÚMEROS

R$ 1,3 bilhão: É o valor da dívida da Lupatech.

R$ 58,5 milhões: Foi o valor da venda da Tubular Services, prestadora de serviços para a perfuração de poços petrolíferos, comprada pela Vallourec Transportes.

LINHA DO TEMPO:
Em 32 anos, a empresa se destacou pelas várias aquisições - foram 18 - e criação de subsidiárias. Em 2011, ela começou a se desfazer de alguns ativos.

1980 - Fundação da Microinox

1984 - Criação da Valmicro

1995 - Criação da Steelinject

1995 - Criação da Steelinject

2000 - Aquisição da MNA

2005 - Aquisição da Carbonox

2006 - IPO, aquisição da Mipel SP,da Itasa, da Worcester, da Esferomatic, e criação da Mipel Sul

2007 - Aquisição da CSL, da Petroima, da Gasoil, da K&S, da Jeferson, e 50% da Aspro

2008 - Aquisição da Gávea Sensors, da Fibermare, da Tecval, de 30% da Sinergas e da Norpatagonica

2009 - Criação da Tubular Services e da Lupatech FiberLines

2010 - Aquisição de 6,77% da Vicinay Marinee criação da Lupatech Oil field Services

2011 - Venda da Steel Inject

2012 - Vendada Microinox

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Fábrica de pás eólicas é inaugurada em Suape
Publicado em 15/10/2013, às 11h19

O Complexo de Suape ganhou mais uma fábrica. Na manhã desta terça-feira (15), foi inaugurada a dinamarquesa LNWind Power, que vai fabricar pás eólicas em parceria com a brasileira Eólica. A fábrica teve um investimento de R$ 100 milhões e tem a pretensão de fabricar mais de mil pás eólicas por ano. A nova fábrica no complexo de Suape tem 40 mil metros quadrados e deve empregar 500 pessoas.

Fonte: JC Online






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