Enrique Peña Nieto, o candidato favorito para vencer as eleições presidenciais do México, que no mês passado havia revelado a intenção de abrir o setor petrolífero do país, vem nos últimos dias dando mais detalhes da sua proposta e cita a Petrobras como um exemplo a ser seguido.
O candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI), que governou o México durante 71 anos até 2000 e agora faz oposição ao Partido da Ação Nacional (PAN), do presidente Felipe Calderón, afirmou em entrevista à agência Bloomberg que quer fazer da abertura do setor o seu "tema emblemático". Ele vinculou o sucesso de um governo seu à atração de investimentos privados para o setor e à venda ao público de ações da estatal Pemex. A Constituição mexicana atualmente reserva somente ao Estado a exploração de reservas petrolíferas. Essa restrição está limitando a capacidade da Pemex de trabalhar com empresas privadas.
"Parece-me que teremos que esperar muito tempo se seguirmos aguardando que a Pemex sozinha desenvolva a infraestrutura e sua capacidade produtiva de exploração, produção, refino e petroquímica básica", disse em entrevista ao canal Foro TV. "Estamos perdendo uma janela de oportunidade para atrair um grande investimento de capital que gere empregos e libere o potencial que essa empresa tem."
Peña Nieto citou a Petrobras como um potencial modelo a ser seguido - promovendo a venda de ações, mas mantendo o controle da empresa nas mãos do Estado. "Podemos fazer o que o Brasil fez pela sua petrolífera, não no início, mas mais tarde, se abrirmos ações ao público," afirmou. Por ser do mesmo partido que, em 1938, nacionalizou a indústria do petróleo, o candidato diz que é o "único" que, agora, pode abrir o setor, lembrando que Calderón "tentou e não conseguiu".
Para o candidato, a renovação do setor petroleiro é crucial para a expansão da economia mexicana, que nos últimos dez anos teve uma média de crescimento de 2%. A produção da Pemex, que responde por aproximadamente um terço das receitas governamentais, declinou 21% de 2006 a 2010, com o esgotamento progressivo das suas reservas. Ainda assim, o país é o sétimo maior produtor de petróleo do mundo.
Segundo uma pesquisa recente, Peña Nieto tem 44% da preferência do eleitorado, com 20 pontos percentuais à frente do adversário mais próximo. A eleição acontecerá em julho do ano que vem.
(Fonte: Valor Econômico/Por Agências internacionais
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