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Navalshore alcança novo patamar

Feira e conferência da indústria naval e offshore obtém grande êxito em sua nona edição, com recorde de público

A Navalshore – Feira e Conferência da Indústria Naval e Offshore, realizada de 1 a 3 de agosto no Rio de Janeiro, ganhou novo relevo em sua nona edição. As palestras e painéis da conferência paralela e o workshop WorkBoat South America atraíram público acima do esperado, superlotando as salas durante os três dias. Já o público visitante da feira também foi o maior desde a primeira edição, 16.192 pessoas. Mais uma vez a feira foi ampliada, o que vem acontecendo ano a ano. Mas o que chamou a atenção foi que o primeiro andar do Centro de Convenções SulAmérica consolidou-se definitivamente, obtendo grande êxito de público, em parte devido à aglutinação de estaleiros no local. Os organizadores comemoram o êxito da edição 2012 e já marcaram a data da Navalshore 2013: 6 a 8 de agosto, no mesmo local.

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A feira agregou 350 expositores nacionais e internacionais de 17 delegações estrangeiras, além de profissionais vindos de mais de 40 países. Com alto índice de permanência, a feira teve 50 novos expositores este ano. Além de um pavilhão dedicado exclusivamente aos estaleiros do Brasil e o estreante workshop WorkBoat South America, uma série de eventos técnicos trouxeram novo gás à Navalshore.

No terceiro dia, a feira recebeu a visita de lideranças como o presidente da Transpetro, Sergio Machado, e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. Machado reiterou a importância da Navalshore: “Ficamos 20 anos sem produzir navios e hoje somos a quarta maior carteira do mundo em produção de navios e temos estaleiros em construção. A Navalshore é uma feira que atrai fornecedores, produtores e cada vez que venho visitá-la vejo que está maior. Isso mostra a força do setor.” Skaf concordou: “A indústria naval estava paralisada e com a demanda gerada pela Petrobras as empresas ressurgiram. Este grande movimento nos estandes e conferências da Navalshore mostram o crescimento e potencial do segmento em agregar valor a indústria nacional.”

Para o gerente da feira, Michael Fine, a tendência é que a Navalshore continue sofrendo evolução constante e consistente, tendo em vista que o segmento naval apresenta perspectivas muito positivas e demonstra total comprometimento com o desenvolvimento tecnológico para atingir níveis de excelência em termos de produtividade. “Há projeções de negócios para os próximos 20 anos e a indústria precisa incorporar a eficiência como lema. Queremos, com a Navalshore, contribuir para que as empresas nacionais, internacionais e governo construam, juntos, um crescimento sustentável para o setor”, ressaltou Fine.

 

O ambiente de expansão do segmento foi sentido tanto por quem visitou a feira como por quem expôs. É o caso da gerente de Vendas da Man Diesel e Turbo Brasil, Aline Barros: “Na Navalshore encontramos todas as empresas do setor e podemos acompanhar as tendências do mercado. Nesta edição o que me impressionou foi a quantidade de empresas presentes que eu não conhecia. Isto revela o crescimento e a grande oportunidade que a feira proporciona de conhecermos quem está chegando para investir no país”.

“Encontrei aqui na Navalshore exatamente o que estava procurando: novos fornecedores e empresas que tragam novas tecnologias para o segmento. A feira é bem focada no setor e é muito importante para fazer networking com outras empresas e profissionais que ajudam a melhorar o nosso desempenho”, afirmou Miguel Carvalho, executivo da Brasfels.

Munidos de informações dos bastidores da indústria naval e offshore, os executivos presentes dedicaram-se ao networking. Responsável pela Oceana Navegação, Jimmy De Souza, comentou que esta edição da Navalshore o surpreendeu pela qualidade da visitação que esteve presente no estande da empresa. “A feira transcende o caráter institucional e oferece grandes oportunidades de networking”, comentou.

Johanna Baart-Ristsma, diretora-presidente da Agência da Indústria Naval Holandesa no Brasil, avaliou que o país não só apresenta um ambiente propício para novos negócios, mas, pela evolução do setor, é hoje um novo campo para o desenvolvimento de tecnologia. “Encontramos hoje parceiros para projetos e, também, interessados em troca de conhecimento tecnológico. Este é um sinal de que o segmento está se expandindo de forma sustentável e com visão de longo prazo”, ressaltou.

Entre os visitantes da Navalshore, há aqueles que procuram informações para elaborar uma análise fundamentada do segmento. “Vim para saber o que está acontecendo no mercado. Nesta feira discutem-se as últimas novidades e é importante estar aqui. Além disso, conseguimos interagir com as pessoas envolvidas no setor, o que ajuda muito na tomada de decisões estratégicas”, disse Natasha Miranda, economista da Saipem do Brasil. Renato Aguiar, consultor da Esab Soldagem e Corte concordou: “A indústria naval está em crescimento e a Navalshore é fundamental porque reúne todos os segmentos envolvidos na discussão de opções para superarmos os desafios que já se apresentam e os que vêm por aí”.

A Navalshore 2012 contou com os patrocínios Diamante da Transpetro e da Caixa Econômica Federal, e com o patrocínio Ouro da Aveva. Também teve o apoio da Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo (Abeam), Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma), e da Associação Brasileira de Soldagem (ABS).

 

Durante a conferência WorkBoat South America, Ronaldo Lima, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo (Abeam), abordou o tema da defasagem de marítimos no país, destacando que havia 43 embarcações de apoio marítimo no início dos anos 90. “Hoje são 429 e até 2020, por conta do pré-sal, chegarão a 686. É um mercado com potencial e deixamos aqui um pedido: a flexibilização da norma que exige dois terços de tripulação de brasileiros nas embarcações. Quando formulada, foi importante para a manutenção de empregos, mas hoje o mercado mudou e está carente de oficiais de marinha mercante”, disse Lima. Já o contra-almirante da Marinha do Brasil Sergio Freitas, representando a Diretoria de Portos e Costas, apresentou números do mais recente estudo em relação a oficiais da marinha mercante. “Em 2011 havia uma falta de 906 profissionais no país. Mas estamos nos esforçando, junto às entidades do setor de navegação, para que tenhamos, em 2020, 10.550 oficiais para atender à crescente demanda”, explicou.

Outro tema abordado no programa da conferência foi o grau de eficiência energética das embarcações, que tem se tornado um dos pilares das empresas que buscam tecnologia aliada à redução de custos. Esta é a principal ideia do Conceito de Perda Mínima (em inglês, LowLostConcept LLC), apresentado pela finlandesa Wärtsilä. “O mais interessante da Navalshore 2012 é a possibilidade de manter um relacionamento mais estreito com clientes e empresas interessadas em conhecer as inovações da Wärtsilä. A feira cresceu bastante este ano e todos os retornos são muito positivos, tanto os de troca de experiências quanto os que possibilitam o incremento de nossa cartela de clientes”, disse o gerente de vendas da divisão de Ship Power, Rodrigo Brito.

Além do WorkBoat South America, outras palestras e workshops atraíram grande público. A gerente de Conteúdo Local da ABS Group, Thereza Moreira, proferiu palestra sobre o tema “Conteúdo Local” para um auditório lotado e fez um diagnóstico do setor: “A quantidade de empresas que nos procuram para obter a certificação de conteúdo local aumentou consideravelmente nos últimos tempos, o que demonstra o cenário positivo do setor. A Navalshore é importante porque concentra todos os stakeholders do segmento e vemos, cada vez mais, a participação da indústria nacional”.

Outra palestra que chamou a atenção no último dia da Navalshore foi a dedicada ao tema “A soldagem na área naval e offshore”. Um dos conferencistas foi o engenheiro José Luis Cunha, gerente de construção de montagem e módulos da Petrobras, que ressaltou a necessidade de formação qualificada destes profissionais para que os prazos do plano de negócios da empresa sejam cumpridos. “Nosso desafio é ter profissionais bem formados para, dentre outras coisas, reduzir os índices de reparos e cumprirmos todas as etapas do nosso plano de negócios no prazo certo”, disse.

A palestra, que contou ainda com apresentações de novidades tecnológicas da ITW Welding Brasil e Böhler, chamou a atenção de Jennifer de Souza, chefe de Departamento na área de Planejamento do Estaleiro STX OSV, de Niterói (RJ): “A Navalshore promove a ligação das empresas do setor, de forma que se crie um ambiente de concorrência e, principalmente, de crescimento em conjunto. Estou muito otimista. Temos hoje, em Niterói, o dobro de estaleiros em relação ao que tínhamos há quatro anos. Além disso, assisti estas palestras sobre soldagem que mostraram processos automatizados, um avanço para os complexos brasileiros, acostumados aos sistemas manuais”.

“A ineficiência exige mais e mais recursos financeiros e humanos”, afirma o gerente de operações da LM Innomaritime, José Manuel Martín Alonso, que apresentou o workshop “Lean Shipbuilding - Os princípios de gestão que guiarão a revolução no setor naval”. Especialistas na aplicação do método Lean na indústria naval, a empresa espanhola participou da Navalshore 2012 para prospectar clientes entre os estaleiros brasileiros e implementar o sistema consolidado na indústria automotiva já há várias décadas.



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