A National Oilwell Varco (NOV), fornecedora norueguesa de equipamentos submarinos, reportou no segundo trimestre uma queda de 53% em suas receitas relacionadas ao programa de construção de sondas da Sete Brasil.
Sem clareza sobre o real tamanho da demanda da empresa brasileira, que avalia reduzir de 28 para 19 o número de sondas encomendadas, a NOV convive com as incertezas sobre a execução da sua carteira de pedidos e decidiu suspender, por ora, as atividades relacionadas a três dos quatro estaleiros com quem tem contrato para entrega de sistemas de perfuração das sondas da Sete.
"Infelizmente, no Brasil, não temos muito mais clareza sobre o financiamento da Sete do que tínhamos no primeiro trimestre. Embora tenha havido relatos na imprensa sobre reduções no número de sondas programadas, não recebemos qualquer cancelamento de nossos clientes", afirmou o presidente da empresa, Clay Williams, na segunda-feira, durante teleconferência com investidores.
Entre o primeiro e segundo trimestres, a NOV viu suas receitas com o projeto caírem pela metade, de US$ 172 milhões para US$ 80 milhões. A companhia convive, ainda, com as incertezas sobre seu faturamento futuro. Isso porque a NOV possui uma carteira de encomendas de US$ 3,1 bilhões para fornecimento de sistemas de perfuração de 22 sondas da Sete Brasil. O montante equivale a 30% de sua atual carteira de pedidos, mas pode ser reduzida dependendo do plano de reestruturação da Sete.
A NOV foi contratada pelos estaleiros Brasfels (RJ), Atlântico Sul - EAS (PE), Rio Grande (RS) e Enseada (BA) para fornecer os pacotes de perfuração para 22 sondas da Sete. Segundo o presidente da norueguesa, a companhia decidiu manter as atividades relacionadas apenas ao contrato com um dos estaleiros, sem mencionar o nome do cliente.
Informações que circulam no mercado dão conta de que apenas o Brasfels e o Jurong Aracruz (ES) mantêm a continuidade, com recursos próprios, das obras de construção das sondas da Sete Brasil.
O Brasfels, da KeppelFels, em Angra dos Reis (RJ), no entanto, decidiu reduzir o ritmo de suas atividades. Na semana passada, o presidente da Keppel Corporation, Loh Chin Hua, reiterou que a empresa de Singapura vem dando continuidade às obras de construção das sondas encomendadas pela Sete Brasil, mesmo sem receber desde novembro, mas que o ritmo dos investimentos foi reduzido nos últimos meses.
A Keppel informou que a execução das obras de construção da sonda Urca avançou apenas de 89% para 90% entre o primeiro e segundo trimestres, enquanto o avanço físico da segunda unidade (Frade) subiu de 58% para 63% e o da terceira sonda (Bracuhy), dos 32% para 36% de execução.
Loh afirmou que "o progresso vem sendo moderado" e que a companhia negocia atualmente com a Sete o futuro da quinta e sexta sondas contratadas.
"Temos sido bastante cuidadoso em gastar dinheiro, não apenas no Brasil, mas em todos os nossos estaleiros", disse Loh, a investidores, na semana passada. "Estamos discutindo com Sete sobre a melhor forma de financiar a quinta e sexta sondas. Temos de olhar atentamente para nos certificarmos de que quaisquer termos de mudança têm de fazer sentido para ambos os lados", complementou o executivo, em referência ao plano de reestruturação da Sete.
Fonte: Valor Econômico/André Ramalho | Do Rio
PUBLICIDADE