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OGPar obtém nova parcela do acordo com credores

Com maiores dificuldades financeiras entre as petroleiras nacionais de capital aberto, a OGPar (ex- OGX) começa a equilibrar o caixa depois da quase falência. A companhia, que está em recuperação judicial, recebeu ontem US$ 90 milhões referentes a segunda parte de um empréstimo negociado com os credores que aceitaram converter dívida em ações. O financiamento anunciado em fevereiro soma US$ 215 milhões.

O primeiro aporte, de US$ 125 milhões, permitiu à empresa investir na operação depois de ter descarregado despesas de sua problemática campanha exploratória no primeiro semestre do ano passado, com a baixa contábil de poços secos e não comerciais.

Com dinheiro em caixa e "livre" de dívidas, a companhia reverteu prejuízo de R$ 5,5 bilhões no primeiro semestre de 2013, e registrou lucro de R$ 516 milhões no mesmo período deste ano.

Com a injeção de recursos dos credores, a OGPar está conseguindo custear despesas e investimentos que permitiram colocar o campo de Tubarão Martelo em produção. Com petróleo sendo extraído e as despesas exploratórias tendo sido "descarregadas", a complicada situação começa a melhorar. No primeiro semestre, a empresa obteve R$ 513,79 milhões provenientes da venda de 13,5 mil barris de petróleo por dia, na média, extraídos dos campos de Tubarão Martelo e Tubarão Azul.

O primeiro campo produziu cerca de 9,5 mil barris de petróleo diários por meio de dois poços e um terceiro poço perfurado ali entrou em julho. O quarto poço deve começar a produzir nos próximos dias, segundo informou ao Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor, o presidente da OGPar, Paulo Narcélio.

O executivo estima que a produção média da companhia em dezembro de 2014 será de 16 mil barris diários de petróleo, que vão permitir à companhia fechar o ano com receita líquida de R$ 596 milhões e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 132 milhões. O investimento líquido previsto é de R$ 242 milhões.

Enquanto a entrada de Tubarão Martelo vai contribuir com o aumento da produção daqui por diante - para 2016 estão previstos mais três poços -, Tubarão Azul será fechado em setembro. Atualmente, ele está produzindo 4 mil barris diários e contribuiu com receitas de R$ 127,3 milhões no semestre, mas a reserva está se exaurindo.

O executivo afirma que a companhia está em dia com as obrigações de investimento como sócia nos campos de Atlanta e Oliva, no bloco BS-4 da Bacia de Santos. Essa área tem a Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP) como operadora e segundo Narcélio será o mais importante ativo da companhia quando começar a produzir, o que está previsto para 2016.

Registro da CVM para OGX Petróleo e Gás vai permitir que credores possam converter suas dívidas em ações

Segundo o executivo da petroleira fundada por Eike Batista, a OGPar também está com todos os compromissos financeiros em dia com os sócios dos quatro blocos adquiridos na 11ª Rodada de Licitações, operados pela ExxonMobil e Total. Ali os investimentos no momento são baixos porque eles estão na fase inicial da exploração, de aquisição de dados sísmicos.

Narcélio menciona a execução de 98% das metas operacionais previstas no plano de recuperação até agora como uma demonstração de disciplina da empresa. Nas suas palavras, desde que assumiu o cargo precisou "matar um leão por dia", e em se tratando da herança da OGX, não há como duvidar. Agora, o executivo vê a situação financeira da empresa "equacionada" e com as condições previstas no plano cumpridas "no que depende dela". Entre as que não dependem está a aprovação pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) do pedido de registro de companhia aberta para a OGX Petróleo e Gás. É nessa companhia que estão as dívidas e ela precisa ter o capital aberto que os credores possam converter as dívidas em ações.

A OGX acumula prejuízos de R$ 18,26 bilhões e tem US$ 5,6 bilhões em dívidas que serão zeradas quando os credores se tornarem acionistas. Quando a recuperação judicial transitar em julgado - e existem credores que não aceitaram o plano, entre eles a BR Distribuidora, o fundo Autonomy e até o Ministério Público do Rio - a empresa receberá os R$ 200 milhões da Cambuhy pela venda de mais uma fatia de 36,36% da OGX Maranhão, hoje Parnaíba Gás Natural, para a Cambuhy, da família Moreira Salles.

Paulo Narcélio disse que assim que a companhia tiver condições financeiras "possivelmente" vai entrar com ação contra a malaia Petronas, a quem responsabiliza pela quase falência da companhia. "Ela descumpriu o acordo que foi feito, e essa foi a razão pela qual a companhia entrou em extremas dificuldades financeiras. É um caso que possivelmente vamos litigar. A Petronas alegou que a companhia entrou em recuperação judicial, mas, na verdade, a OGX só entrou em recuperação judicial porque a Petronas não aportou os recursos", diz o executivo.

Pelo acordo firmado pelas duas empresas em 2013, a Petronas faria um pagamento de US$ 250 milhões por 40% de Tubarão Martelo e outros US$ 500 milhões seriam pagos quando o campo entrasse em operação. O argumento do presidente da OGPar, que deve ser contestado pelos malaios, é que a companhia saiu das dificuldades com US$ 215 milhões em dinheiro novo, e que os problemas teriam sido evitados se os US$ 750 milhões da Petronas tivessem entrado.

Já a decisão de exercer uma "put" (opção) de US$ 1 bilhão contra o fundador da companhia, Eike Batista, caberá aos novos membros do conselho, quando ele for formado.

Fonte: Valor Econômico/Cláudia Schüffner | Do Rio






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