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Oguri foi executivo da Ishibrás e recuperou o Emaq

Nobuo Oguri, o japonês que fez história na construção naval brasileira, teve uma bem-sucedida carreira no Ishibrás, o estaleiro brasileiro da Ishikawajima Harima Heavy Industries. Oguri entrou na Ishibrás no fim de 1959 ganhando o menor salário do estaleiro e chegou a ser vice-presidente executivo-sênior entre 1986 e 1988. Anos depois os japoneses deixaram o país, mas agora estão de volta. "Acho que estão consertando o erro de terem saído", diz Oguri.

A metade da década de 1980 foi um período difícil pois a indústria da construção naval brasileira passou por uma grave crise com denúncias de corrupção envolvendo governo e estaleiros. O caso culminou com a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado Federal, em 1986. Oguri lembra-se daquela fase conturbada e diz que muitos dos problemas enfrentados pela construção naval, desde o fim dos anos de 1970, foram motivados por uma política econômica que onerou financeiramente o setor.

Em 1986, apesar das dificuldades, o Ishibrás construiu dois grandes navios petroleiros e mineraleiros, o Docefjord e o Tijuca, com mais de 300 mil toneladas de porte bruto (TBP) cada um. Os navios receberam motores de propulsão a diesel fabricados pela própria Ishibrás. Oguri afirma que muito do que foi feito em termos de nacionalização de equipamentos se deveu aos japoneses: "Eu mesmo fui a muitos fabricantes nacionais levando desenhos japoneses e dizia: 'Faz assim'. Às vezes, era coisa simples, a fábrica podia fazer."

O que falta hoje, segundo Oguri, são engenheiros que ponham a mão na massa. "Hoje com computador e ar-condicionado o pessoal tem outra filosofia." Ele avalia como "viável" a possibilidade de que a Ishikawajima se torne sócia do Estaleiro Atlântico Sul (EAS). Em um primeiro momento, os japoneses acertaram uma consultoria como o EAS para auxiliar o estaleiro na construção de navios petroleiros encomendados pela Transpetro.

Um dos amigos de Oguri, o ex-presidente da Vale, Eliezer Batista, tem clara a contribuição deste engenheiro japonês para a construção naval brasileira: "Ele fez muita coisa, é muito bom e ótimo como pessoa humana." Batista diz que a Ishibrás teve uma equipe qualificada e contou com a colaboração de Oguri, um homem "correto", nas palavras dele.

"No Brasil, ele [Oguri] fez muita coisa porque falava português, se entrosou muito bem e tinha a confiança do pessoal de Tóquio. Ele é uma pessoa muito boa e gosta muito do Brasil. Hoje, é praticamente brasileiro", diz Batista. Um dos grandes feitos de Oguri foi ter tirado o estaleiro Emaq, do Rio, da falência, em 1988.

Fonte: Valor Econômico / Francisco Góes






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