RIO - A OGX,  petroleira do empresário Eike Batista, admitiu ontem, quarta-feira, que a  produção no campo de Tubarão Azul frustrou as expectativas da empresa,  que anunciou, nesta terça-feira (26), um prejuízo de R$ 1,172 bilhão em  2012. "São bastante grandes os desafios para uma jovem empresa de  petróleo e gás. O campo de Tubarão Azul estabilizou antes do esperado",  afirmou o presidente da petroleira, Luiz Carneiro, em teleconferência de  apresentação do resultado financeiro de 2012.
Em seguida,  Carneiro pediu aos analistas de mercado que não extrapolem a frustração  com o campo de Tubarão Azul para outros, como o de Tubarão Martelo.  Nesse caso, as perspectivas são de "qualidade", de acordo com ele, assim  como em outras frentes que são abertas na Bacia de Campos (RJ), como  nos prospectos de Viedma e Tulum, onde são realizados os respectivos  planos de avaliação da descoberta. "Estamos muito confiantes com essas  áreas", disse Carneiro.
O mercado recebeu bem as informações. As  ações da empresa subiram 3,91% e ajudaram a sustentar o ganho de 0,65%  do Ibovespa, principal índice da BM&FBovespa. No início do dia, as  cotações chegaram a cair 2,60%, na mínima, mas se recuperaram no fim do  pregão desta quarta-feira. No ano, as ações da OGX ainda amargam queda  de 45,43%.
Desde o dia 11, quando anunciou a queda da produção em  Tubarão Azul, a OGX é punida pelo mercado. A notícia levou ao  rebaixamento do preço-alvo da ação por alguns bancos, com destaque para o  Bank of America Merril Lynch, cuja indicação passou de 5 para um real. A  própria OGX fala em rever as projeções de volume recuperável em Tubarão  Azul, admitiu o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da  empresa, Roberto Monteiro. O fator de recuperação deve ficar em 25%,  disse.
Porém, a informação mais precisa sairá apenas após a  conclusão do trabalho da empresa certificadora nos próximos meses. Em  fevereiro, a produção na área foi de 11,3 mil barris de petróleo por  dia, o equivalente à média de 3,8 mil barris/dia por poço. Para tentar  reverter o prejuízo causado à imagem da empresa desde a divulgação da  queda da produção, Carneiro focou a fala na teleconferência desta  quarta-feira na mensagem de que a OGX atuará, daqui para frente, com  "disciplina de capital".
Até mesmo a participação nas próximas  rodadas de licitação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e  Biocombustíveis (ANP) para a aquisição de novas áreas exploratórias  depende de outras fontes de recursos. "Há uma boa oportunidade. Mas não  há mais espaço para endividamento", disse Monteiro.
Algumas  soluções citadas são a venda de ativos, um aumento de geração de caixa  com a produção na Bacia do Parnaíba, no Maranhão, além de um possível  aporte de US$ 1 bilhão pelo sócio controlador, Eike Batista. Em  comunicado divulgado nesta terça-feira, após o anúncio do resultado  financeiro de 2012, o presidente da empresa mencionou que a OGX  considera "a possibilidade de revigorar a base de ativos com  desinvestimentos, aquisições e importantes parcerias".
Fonte: FERNANDA NUNES - Agencia Estado
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