SÃO PAULO - A endividada petroleira OGX, do empresário Eike Batista, informou no fim da última quinta-feira que está discutindo com a Vinci Partners e outros potenciais investidores opções para sua reestruturação financeira.
A Vinci, porém, negou nesta sexta-feira que esteja envolvida em transação para "qualquer tipo de investimento na OGX", reiterando comunicado de quarta-feira, quando surgiram rumores de que a gestora de recursos e investimentos estaria considerando injetar capital na petroleira.
Assessores de Eike estão tentando convencer investidores a colocar algum dinheiro na OGX para que a empresa possa desenvolver o campo de Tubarão Martelo, seu principal ativo atualmente com reservas prováveis de quase 90 milhões de barris de petróleo.
Em documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na quinta-feira, a CVM afirmou que ainda "não houve qualquer definição no sentido de concretizar eventual oportunidade de negócios ou injeção de valores, muito menos em relação à alienação de controle da companhia".
A CVM pediu esclarecimentos à petroleira após notícias de que a OGX estaria em negociações com a Vinci sobre uma potencial tomada de controle da petroleira pela gestora.
Na quarta, a Vinci já tinha emitido nota em que negou "cabalmente as informações veiculadas pela mídia de que poderia se associar ou mesmo realizar operação ou investimento de qualquer natureza na OGX".
A OGX, que apenas em bônus tem dívida de 3,6 bilhões de dólares, foi forçada a iniciar negociações com os credores após não pagar, em 1o de outubro, juros de cerca de 45 milhões de dólares sobre títulos no exterior com vencimento em 2022.
A companhia tem 30 dias desde o não pagamento para obter um acordo com credores ou será declarada inadimplente. Isso marcaria o maior calote corporativo da história na América Latina, segundo dados da Thomson Reuters.
Também na noite de quinta-feira, o Conselho de Administração da OGX indicou Jorge Rojas Carro para ser conselheiro independente, após a renúncia de Luiz Carneiro, ex-presidente-executivo da petroleira. A indicação terá de ser aprovada em assembleia marcada para 1o de novembro.
(Por Alberto Alerigi Jr.; Reportagem adicional de Guillermo Parra-Bernal)
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