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Óleo pode levar balança comercial ao vermelho

A balança comercial pode fechar o ano no vermelho por causa do resultado na conta petróleo. A parada programada para a manutenção de plataformas da Bacia de Campos, no litoral do Rio de Janeiro, com impacto na redução da produção nacional de petróleo, o aumento da demanda interna por gasolina e diesel, a queda das importações do produto pelos EUA e o recuo dos preços no mercado internacional contribuíram para que pela primeira vez desde que o país atingiu a autossuficiência o petróleo deixasse de contribuir para o superávit nas contas do comércio exterior brasileiro. As exportações totais brasileiras somaram US$ 171,648 bilhões contra US$ 173,910 bilhões das importações, no acumulado até a terceira semana de setembro, com saldo comercial negativo de US$ 2,262 bilhões. Só a conta petróleo até agosto contribuiu com um saldo negativo de US$ 16,368 bilhões.

"O problema conjuntural do petróleo é um círculo vicioso. Começa com o desajuste dos preços da gasolina e do diesel, que não sobem por causa da política de controle da inflação do governo, mas retraem a cadeia de etanol, que não dá conta do aumento de 7% ao ano no consumo de combustível. O resultado é a importação cada vez maior de petróleo", diz Marco Tavares, diretor-presidente da consultoria Gas Energy.

Só a Petrobras, segundo cálculos da Gas Energy, perde R$ 1,5 bilhão por mês com subsídios ao diesel, à gasolina e ao gás que é obrigada a importar para abastecer as termoelétricas. Enquanto a importação nos seis primeiros meses deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, cresceu a uma taxa média mensal de 20%, as exportações caíram a uma taxa de 50% ao mês na mesma comparação, de acordo com os Dados Estatísticos Mensais da Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP).

A exportação de pouco mais de 200 milhões de barris no ano passado, que registrou a primeira queda desde que, em 2005, o país ultrapassou a barreira dos 100 milhões de barris exportados, já fora inferior às exportações de 2011. Já as importações podem bater a marca dos 169 milhões de barris de 2004, se mantiverem até o fim do ano o ritmo do primeiro semestre, quando chegaram a mais de 94 milhões de barris de petróleo.

As exportações brasileiras do produto cresceram nove vezes desde 2002, contra um crescimento de 5,2 vezes de todos os outros países, de acordo com a Organização Mundial do Comércio (OMC). Em 2001 foram exportados US$ 2,9 bilhões - ou 4,9% da pauta de exportação brasileira - em "combustíveis minerais, óleos minerais e produtos da sua destilação, matérias betuminosas e ceras minerais".

Em 2012, este valor chegou a US$ 26,5 bilhões - o equivalente a 11% da pauta de exportação brasileira. Parte da queda da produção, que causou impacto no volume de petróleo exportado este ano, é atribuída ao programa de manutenção das plataformas de produção da Bacia de Campos. Em nota oficial, a ANP informou que, em fevereiro, a produção de petróleo havia caído 8,5% em razão da manutenção. A agência informou também que a queda foi parcialmente compensada pela entrada em operação de três plataformas do pré-sal. O impacto nas exportações foi muito maior. Só naquele mês o país exportou menos 50% de petróleo do que havia exportado em fevereiro de 2012.

A expectativa de normalização da produção nacional, com o aumento gradativo das operações dos campos do pré-sal, podem não se confirmar. Um relatório da ANP, divulgado no começo do ano, alertava que os cenários que preconizavam a autossuficiência e até mesmo a exportação de derivados para 2020 podem estar ultrapassados. Na avaliação do estudo, a dependência das importações tem se ampliado com o aumento crescente da demanda e a queda de produção de combustíveis e derivados. No intervalo de 2001 a 2011, aponta o trabalho, a taxa média de crescimento do PIB do Brasil foi de 3,76%, contra alta de 4,05% no consumo do diesel, de 4,60% no da gasolina e de 9% no do etanol.

Fonte: Valor Econômico/Paulo Vasconcellos | Para o Valor, do Rio






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