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Oportunidade perdida

Abimaq avalia que indústria não está aproveitando chance de se desenvolver a partir da política de conteúdo local >> A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) avalia que a indústria naval está perdendo a chance de se desenvolver a partir do conteúdo local. O diretor executivo de petróleo, gás, bioenergia e petroquímica da Abimaq, Alberto Machado Neto, ressalta que a principal motivação dessa política setorial desde os anos 2000 deveria ser usar as descobertas no setor de óleo e gás para desenvolver o país.

Ele observa que a política ainda não atingiu toda cadeia produtiva.

— A indústria não está aproveitando a oportunidade de se desenvolver a partir do conteúdo local do modo como é feito hoje — disse Machado Neto, durante o 25º Congresso Nacional de Transporte Aquaviário, Construção Naval e Offshore, promovido em novembro pela Sociedade Brasileira de Engenharia Naval (Sobena), no Rio de Janeiro.

Machado Neto lembra que o conteúdo local existe — com outros nomes e formatos — desde as décadas de 1940 e 1950, quando os governos de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek lançaram políticas para industrializar o Brasil com objetivo de tornar o país menos agrícola. Na década de 1980, segundo ele, o foco era na sobrevivência do conteúdo local já que não havia divisas, o consumo era elevado e a importação de petróleo era alta.

O conteúdo local, que chegou a 85% na década de 1980, na década de 90 caiu bastante porque a ênfase era desenvolvimento de equipamentos para águas profundas.  “Quem critica o conteúdo local de hoje não entende que naquela época o protecionismo era fundamental, mas não era filosófico. Existia condição de sobrevivência. Isso acostumou mal a indústria brasileira e, quando veio a abertura do mercado no governo Collor, a indústria não estava preparada para competir internacionalmente”, explica.

O diretor-executivo de petróleo, gás, bioenergia e petroquímica da Abimaq afirma que o conteúdo local não atinge a maioria das navipeças. Do total vendido pela indústria de máquinas, apenas 8,8% são referentes à indústria de petróleo. “Quando falamos de navio com 65% de conteúdo local, na verdade, os demais 35% seriam percentual correspondente às navipeças, que são na maioria importadas”, alega. Machado Neto cita que produtos seriados, como tubos, elevam esse índice de conteúdo local.

Machado Neto questiona os critérios de avaliação de conteúdo local utilizados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ele cita um conjunto com motobomba, cujo motor tem 60%, mas é classificado como 100% nacional, apesar de ter apenas 36% de conteúdo local de fato. Ele acrescenta que existe um potencial enorme de desenvolvimento da indústria brasileira além dos primeiros níveis. “Esse conteúdo local é uma boa ideia e uma alternativa, mas ainda não atingiu os níveis da cadeia produtiva”, resume.

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