RIO - Santa Catarina poderá perder para o Rio de Janeiro o estaleiro da OSX, braço de equipamentos e serviços para a indústria de petróleo e gás do grupo de Eike Batista, devido a questões ambientais. A companhia recorreu, há duas semanas, no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICM-Bio) de Brasília da negativa apresentada pela filial catarinense do instituto contra a construção do estaleiro em Biguaçu (SC).
Apesar da negativa do ICM-Bio de SC, a Fundação de Meio Ambiente (FATMA), que é o órgão ambiental do Estado, considerou o projeto viável. "Estamos entrando com recurso administrativo e pedindo para levar essa decisão, esse parecer para um campo técnico para o ICM-Bio em Brasília. No Estado, a decisão não foi técnica. É assim que está o processo de licenciamento em Santa Catarina, mas ele não foi negado", disse o diretor financeiro da OSX, Roberto Monteiro.
Diante da divisão dos órgãos ambientais catarinenses, outros Estados começaram a tentar atrair o investimento de US$ 1,7 bilhão para a construção do estaleiro, segundo o diretor.
O Estado do Rio, em março passado, deu início ao processo de licenciamento para a realização de um projeto de macrodrenagem da Baixada Campista, que abrirá um novo canal - chamado de Canal Campos-Açu. Este canal vai desaguar no mar junto ao Porto do Açu.
De acordo com Monteiro, essa novidade no Rio abre a possibilidade de construção de um estaleiro no complexo industrial do grupo EBX. A proximidade aos empreendimentos do grupo, no Rio de Janeiro, traria também algumas sinergias ao projeto, devido à produção local de aço e de geração de energia, por exemplo.
Diante dessa possibilidade, a OSX deu início ao processo de licenciamento para a realização do estaleiro também no Rio de Janeiro, embora a decisão de transferência ainda não tenha sido tomada.
"Hoje estamos licenciando em paralelo. Vamos tomar essa decisão um pouco mais para frente, em outro momento. Agora o nosso negócio é conseguir a licença ambiental", disse o diretor financeiro da OSX.
Mesmo com as dificuldades de licenciamento em Santa Catarina e com o processo recém-iniciado no Rio de Janeiro, a empresa não trabalha com a possibilidade de atraso no projeto. A licença de instalação sairia até janeiro de 2011, em Santa Catarina, e o licenciamento ambiental no Rio poderia ser concedido até abril do mesmo ano. Mas as características de solo permitiriam que a diferença de tempo fosse absorvida na construção do estaleiro.
(Fonte: Valor Econômico/Juliana Ennes)
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