O empreendimento será localizado próximo ao estaleiro e à escola de pesca e será financiado pelo Banco do Nordeste
Confirmado pelo governador há cerca de dois meses, o estaleiro de Paracuru terá companhia, além da escola de pesca - também já de conhecimento público -, de uma indústria de fabricação de composites - nome dado à fibra de vidro usada na construção das embarcações. Ao todo, os dois empreendimentos foram orçados em R$ 100 milhões e já dispõem de financiamento garantido pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB).
A informação foi repassada ontem pelo superintendente do Serviço Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Ceará (Sebrae-CE), Carlos Cruz. Segundo contou, foi ele quem mediou o contato entre investidores espanhóis e governo do Estado, além dos encontros com o presidente do BNB, Jurandir Santiago, o qual garantiu a participação do banco no negócio.
Estado
Procuradas, a Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece) e a Secretaria de Pesca e Aquicultura do Estado, responsáveis pela negociação com o grupo Aresa - que irá investir em Paracuru -, informaram não terem informações sobre a implantação de uma fábrica de fibra de vidro. Segundo as assessorias das pastas, as negociações estão em curso e os valores ainda não foram divulgados. Também é previsto, de acordo com a Secretaria de Pesca, o treinamento de pessoal da região na Espanha para o trabalho no estaleiro e na escola.
Desapropriação
O superintendente do Sebrae-CE ainda informou que o projeto de instalação dos dois empreendimentos foi entregue ao governador Cid Gomes, e que o processo de desapropriação da área já está em curso. "Ela (a Prefeitura da Paracuru) já possuia 2,5 hectares e está desapropriando 5 hectares agora", disse, lembrando que a escola de pesca não entra no financiamento pois faz parte da contrapartida dos empresários para com o Estado.
Procurado pelos empresários, Carlos Cruz disse ser conhecido por sua atuação no BNB anteriormente e ainda destacou que o Sebrae também atuará junto aos pequenos pescadores de Paracuru mesmo antes da instalação do estaleiro, da escola e da indústria mencionados.
"Nós vamos entrar para ajudar na organização dos pescadores, na associação deles, na gestão dos negócios, ou seja, naquilo que é nosso papel", garantiu.
Mostrando conhecimento sobre o projeto em desenvolvimento, ele afirmou que os barcos construídos em Paracuru terão sonar, radar - "ele só lança a rede quando tem a certeza que tem peixe" - e fábrica de gelo, além de quartos com cama para os tripulantes. "E outro detalhe: vamos poder pescar lagosta viva, o que vai aumentar sensivelmente o valor de comercialização do crustáceo, além de diminuir a incidência da pesca ilegal.
Vamos pescar atum também, pois ele passa muito no litoral local e nós não aproveitamos", disse Cruz.
Mais projetos
O superintendente do Sebrae-CE revelou o interesse de um grupo espanhol em outras oportunidades de negócios em território cearense. Os projetos seriam a licitação que está prevista para ser aberta em breve pela Secretaria do Centro de Fortaleza, a qual pretende promover disputa para a construção de estacionamentos subterrâneos naquela área da cidade.
Além disso, os espanhóis tem interesse em comprar o direito de construção em cima das residências já existentes.
Mediação e apoio
"Nós vamos ajudar na associação dos pescadores, na gestão dos negócios, ou seja, naquilo que é nosso papel"
Carlos Cruz
Superintendente do Sebrae-CE
Fonte: Diario do Nordeste (CE)/ARMANDO OLIVEIRA LIMA
PUBLICIDADE