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Peso pesado nos rios

Contrato de longo prazo com Vale e outros para transporte de soja colocam a novata Hidrovias do Brasil como a principal contratante do setor fluvial. Grupo também terá braço ‘offshore’ e estaleiro

A Hidrovias do Brasil fechou com a Vale contrato para transporte de 3,25 milhões de toneladas de minério anualmente por um período de 25 anos. Para tanto, o armador investirá US$ 400 milhões. Serão construídos comboios de barcaças e empurradores com 285 metros de comprimento.  A Hidrovias investirá cerca de US$ 400 milhões para atender ao contrato com a Vale.


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Os comboios serão usados no escoamento de minério da Vale em Corumbá (MS), por dois mil quilômetros, pela hidrovia Paraná-Paraguai, atravessando quatro países Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. O estaleiro construtor não foi informado mas não está descartada que parte da construção dos empurradores seja feita no estaleiro Oceana, em processo de implantação no município catarinense de Itajaí.  Ele pertence ao mesmo grupo da armadora. Segundo fonte do setor, as barcaças não serão feitas no Oceana, que tem como foco a construção de embarcações de apoio offshore para a Oceana Navegação, do mesmo grupo. O objetivo da criação do estaleiro é justamente seguir a bem-sucedida tendência consolidada no mercado brasileiro de ter armador e estaleiro sob o mesmo guarda-chuva.  Desde o ano passado, a  Oceana Navegação tem prioridade para encomendar quatro PSVs 4500 com recursos do Fundo da Marinha Mercante.  As embarcações não tem contrato de operação e a intenção, segunda a fonte, é se antecipar à demanda por parte das petroleiras, que certamente se manterá em alta pelos próximos anos.

O contrato com a Vale é o primeiro da Hidrovias do Brasil e a consolida como operadora. A empresa é uma criação da P2 Brasil, joint venture entre Pátria Investimentos e grupo Promon. A  Hidrovias é uma sociedade com registro de companhia aberta, constituída em agosto de 2010.

A P2 Brasil é um fundo de private equity criado em 2008 e cujo capital é detido pela Promon, com 40%, e Pátria, com 60%. No último ano, o fundo concluiu suas captações no mercado, que totalizaram US$ 1,15 bilhão.

A atuação da Hidrovias do Brasil vai muito além do contrato com a Vale.  A empresa tem aprovação do FMM para a encomenda de um empurrador fluvial de 3000 BHP no valor de R$ 14,14 milhões, outros cinco empurradores fluviais de 4500 BHP no valor total de R$ 82,25 milhões, 20 balsas graneleiras tipo Box  com 2.580 tpb e 40 balsas graneleiras Racked com 2.320 tpb. Os  projetos das balsas estão orçados, respectivamente, em R$ 63, 207 milhões e R$ 126,415 milhões.

Segundo fonte do setor naval, todo esse pacote de embarcações será utilizado para cumprir contratos – em negociação –  para escoamento de soja na região Norte do país. As obras deverão ficar a cargo do estaleiro Rio Maguari, localizado em Icoaraci, no Pará.

Se todos os projetos da P2 Brasil se concretizarem, em breve a empresa será uma das maiores operadoras do segmento de navegação fluvial.






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