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Petrobras ainda estuda bases de sua política de preços

Celestino, diretor de Refino, diz que a pratica de preços competitivos é fundamental para encontrar parceiros para as refinarias
Um dia após anunciar que a prática de preços competitivos será um dos pilares do novo plano de negócios da Petrobras, o presidente da companhia, Pedro Parente, afirmou ontem que a petroleira está discutindo internamente uma política de preços para os combustíveis. Sem revelar muitos detalhes, o executivo disse que a política terá como base a paridade internacional, que poderá levar tanto à redução quanto ao aumento dos preços no futuro, mas descartou qualquer reajuste neste momento.

"Não, quanto a isso [reajuste] não há uma decisão tomada. Nós estamos definindo exatamente qual será a nossa política [de preços], mas é importante registrar que ela tem, sim, como base, a paridade internacional", afirmou a jornalistas, ao ser questionado sobre a possibilidade de a companhia reduzir os preços dos combustíveis, hoje praticados com margens elevadas pela empresa.


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Parente preferiu não fornecer prazos de quando a companhia pretende divulgar a política de preços, mas adiantou que será decida com base em fatores como a necessidade de geração de receitas, margem e a evolução da participação do mercado.

Ontem, durante apresentação do plano de negócios a empresários, no Rio, o diretor de Refino e Gás Natural da Petrobras, Jorge Celestino, comentou que a prática de preços competitivos é fundamental para que a empresa encontre parceiros para investir na área de refino, um dos alvos do programa de desinvestimentos da estatal.

"Isso [política de preços competitivos] é algo bastante relevante para a gente. Se quisermos ter parceiros, criar um mercado [no refino] que atraia investimentos, isso é relevante", afirmou.

Na terça-feira, ao anunciar o plano de negócios, Parente descartou qualquer possibilidade de praticar preços abaixo dos verificados no mercado internacional ao longo do período do novo plano, de 2017 a 2021. O que não quer dizer que não haja espaço para reduções nos preços da gasolina e do diesel.

Desde 2014, quando a cotação do barril de petróleo começou a despencar, a Petrobras vem adotando preços no mercado interno acima dos patamares internacionais, na tentativa de recompor seu caixa após anos de prejuízos com a prática de preços congelados. Segundo estimativas do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), o prêmio praticado pela petroleira está na casa dos 20%, no caso da gasolina, e de 40% no caso do diesel.

Para o diretor do CBIE, Adriano Pires, as margens elevadas têm ajudado a empresa a recuperar o caixa, mas falta previsibilidade ao mercado sobre quando a empresa reajustará preços. Avalia que ficou uma "certa frustração" com a ausência de uma definição da política de preços para os derivados na divulgação do plano de negócios.

"Quando a Petrobras fala que trabalhará com paridade de preços, isso nos leva a conclusão de que em algum momento ela vai baixar os preços. Mas as declarações da diretoria continuam muito abstratas. As margens altas têm ajudado a empresa a recuperar seu caixa, mas não é uma política adequada. Da mesma maneira que no governo Dilma Rousseff a política de preços não refletia a realidade do mercado, essa atual também não reflete", comenta.

Pires destaca que as margens, altas, são importantes para sustentar as metas de desalavancagem da Petrobras, mas ao mesmo tempo criaram distorções no mercado. Dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP) mostram como a estatal tem perdido espaço para a importação por terceiros: a participação da produção nacional de diesel no consumo total do combustível no Brasil, por exemplo, caiu de 92,3% para 85,8% entre o primeiro e segundo trimestres

"Se [o prêmio] ficar por mais tempo pode se aprofundar essa situação", afirmou o especialista.

Segundo Pires, a Petrobras teria condições de reduzir os preços da gasolina em 8% e em 12% no caso do diesel, de forma a inibir importações, sem deixar de manter margens altas. Na avaliação do consultor, o reajuste abriria, ainda, espaço para que o governo elevasse a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE). "Está na hora de o governo pensar em usar a Cide como instrumento para aumentar as arrecadação, dar competitividade ao etanol e reequilibrar o mercado", comentou.

Fonte: Valor






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