A Petrobras está perto de fechar a primeira grande operação de venda de ativos para enfrentar a crise financeira. A companhia informou que está em fase final de negociações com a japonesa Mitsui para a transferência de 49% das ações da Gaspetro, que tem participação em 19 distribuidoras de gás canalizado no país.
A estatal não informou o valor da operação. Segundo estimativas do banco JP Morgan, o negócio pode render US$ 1,9 bilhão.
Os termos da venda serão analisados ainda pela diretoria da Petrobras e devem entrar na pauta da reunião do conselho de administração do próximo dia 30.
Por meio da subsidiária Mitsui Energia e Gás, a companhia japonesa já é sócia da Gaspetro em oito das distribuidoras que estão no pacote. A empresa venceu a disputa com a chinesa Beijing Gas.
A venda dos ativos de distribuição da Gaspetro pode ser a única grande operação de desinvestimento da Petrobras este ano —o plano de negócios prevê a venda de US$ 15,1 bilhões em ativos até o final de 2016.
A estatal já decidiu adiar o lançamento de ações da BR Distribuidora e, segundo a Folha apurou, considera deixar para 2016 a venda do controle da Transportadora Associada de Gás (TAG), que controla a malha brasileira de gasodutos.
CORTES
Responsável pela operação dos gasodutos, a subsidiária Transpetro, teve corte expressivo em seu programa de investimentos para os próximos cinco anos. Em evento nesta terça-feira (22), o presidente da companhia, Antônio Rubens Silvino, disse que o orçamento de investimentos da companhia até 2019 é de US$ 1,7 bilhão.
O plano anterior previa a aplicação de US$ 5,5 bilhões pela subsidiária, que é responsável pelo programa de expansão da frota de navios da estatal.
O executivo não detalhou que projetos serão cortados, limitando-se a dizer que a redução está em linha com a estratégia da Petrobras. Segundo ele, os recursos que restaram serão aplicados na construção de navios, manutenção da frota existente e integridade das instalações.
Ao final de sua apresentação, Silvino não concedeu entrevista para comentar os problemas enfrentados pelo programa. Hoje, hã três navios inacabados no estaleiro Mauá, no Rio, que fechou as portas em junho alegando falta de dinheiro para concluir as obras.
Fonte: Folha de São Paulo/NICOLA PAMPLONA DO RIO
PUBLICIDADE