No Brasil, a Petrobras aposta justamente nessa recuperação do preço do petróleo no longo prazo para lucrar com a exploração do pré-sal.
Macaé, no litoral do Rio de Janeiro, já sente os efeitos dessa virada no setor do petróleo. A cidade tem 230 mil habitantes e é a base operacional da Petrobras. Só neste ano mais de 5 mil empregos foram cortados no município. A causa é o preço do barril em queda somado a redução de investimentos pela Petrobras depois que a empresa foi envolvida na Operação Lava Jato.
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Mesmo assim, a área de exploração e produção ainda vai receber muito dinheiro: são mais de US$ 108 bilhões até 2019. Desse total, US$ 90 bilhões vão para o desenvolvimento da produção, principalmente nos campos do pré-sal.
A extração de petróleo no pré-sal está crescendo e bateu recorde no dia 8 de julho: 865 mil barris de petróleo em um único dia. Mas até que ponto vale gastar tanto para extrair óleo de camadas profundas com o preço do barril valendo menos de US$ 40?
"Um campo de petróleo normalmente dura 20, 30 anos, então quando você coloca o seu dinheiro ali, você vai ficar dependendo do resultado dele 20, 30 anos. A indústria do petróleo tem mais de 100 anos, esses caras já viram o petróleo subir, o petróleo cair. Eles sabem conviver com isso", explica Ernani Torres, professor do Instituto de Economia da UFRJ.
Se por um lado o preço cai, por outro, tem petróleo demais sendo produzido e mesmo assim a aposta no pré-sal ainda é grande. O plano de negócios e gestão da Petrobras prevê que a produção deve triplicar até 2020 e atingir 2,8 milhões de barris por dia.
"Para o Brasil então na situação que está hoje, faltando investimento, é das poucas coisas que ainda tão rodando alto. Todo mundo parou, o petróleo não para, não é feito setor imobiliário, automobilístico, não para. É a grande aposta que ainda continua valendo a pena fazer", aponta Ernani Torres.
Fonte: G1