A Petrobras foi a empresa brasileira que mais perdeu valor de mercado em 2012, sendo ultrapassada por Ambev e Vale, segundo levantamento da consultoria Economatica divulgado nesta quinta-feira. A petrolífera estatal perdeu R$ 36,7 bilhões de valor de mercado em apenas um ano, passando de R$ 291,5 bilhões para R$ 254,8 bilhões.
A segunda maior queda foi a da OGX. A petrolífera do grupo EBX, do empresário Eike Batista, viu seu valor de mercado despencar R$ 29,8 bilhões, de R$ 44 bilhões para R$ 14,2 bilhões.
Na lista das dez empresas de capital aberto que mais perderam valor de mercado, cinco foram do setor de energia elétrica - Eletrobras (R$ 16,9 bilhões), CPFL (R$ 4,4 bilhões), Cesp (R$ 4,2 bilhões), Eletropaulo (R$ 3,8 bilhões) e Ampla Energia (R$ 2,9 bilhões). Completam o ranking da consultoria Economatica a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), que perdeu R$ 4,5 bilhões, o banco Santander (R$ 4 bilhões) e a Telefônica (R$ 3,1 bilhões).
No total, as 302 empresas de capital aberto brasileiras encerraram o ano com valor de mercado de R$ 2,39 trilhões, o que aponta um crescimento de 12,34% em relação ao ano anterior, segundo a Economática. Entre as que mais cresceram, o destaque é a Ambev, que passou da terceira posição em 2011 para a liderança em 2012. A companhia cresceu R$ 76,6 bilhões - passando de R$ 187,6 bilhões para R$ 264,2 bilhões - e ultrapassou as gigantes Petrobras e Vale.
Com a alta, a Ambev se tornou também a empresa de maior valor de mercado da América Latina, seguida da colombiana Ecopetrol e da Petrobras. As dez primeiras posições são ocupadas por seis brasileiras, três mexicanas e a petrolífera colombiana. Completam a lista as brasileiras Vale (4ª posição), Itaú Unibanco (6ª), Bradesco (7ª) e Banco do Brasil (9ª), e as mexicanas America Movil (5º lugar), Wal Mart de Mexico (8º) e Femsa (10º).
O segundo maior crescimento foi o do Bradesco (R$ 24,9 bilhões), que passou de R$ 107 bilhões para R$ 131,9 bilhões, e o terceiro, da Vale (R$ 17,2 bilhões), que foi de R$ 197,9 bilhões para R$ 215,1 bilhões e se manteve como a segunda maior empresa do País. Completam o ranking CCR (R$ 12,8 bilhões), Souza Cruz (R$ 12,1 bilhões), Cielo (R$ 11 bilhões), Natura (R$ 9,6 bilhões), Itaú Unibanco (R$ 8,3 bilhões), BM&FBovespa (R$ 8,1 bilhões) e Sabesp (R$ 7,9 bilhões).
O desempenho de Petrobras e OGX fez com que o setor de petróleo e gás fosse o mais atingido no ano passado, com perda de R$ 68,9 bilhões no valor de mercado (representando uma queda de 19,71%). Com isso, o total do segmento ficou em para R$ 280,7 bilhões. Petrobras (R$ 36,7 bilhões) e OGX (R$ 29,8 bilhões) foram responsáveis por 96% da queda.
O setor de energia elétrica foi o segundo mais atingido, com perdas de R$ 36 bilhões. Esse segmento foi bastante afetado pela proposta do governo federal de renovar os contratos de concessão que venciam entre 2015 e 2017 por mais 30 anos em troca da redução nos preços da conta de luz. O objetivo do governo é provocar uma redução de cerca de 20% no preço da energia ao consumidor. Nos cálculos das empresas, a medida provocará perdas de receitas milionárias nos próximos anos.
Na outra ponta, de acordo com ranking da consultoria, o desempenho da Ambev fez o setor de alimentos e bebidas ser o de maior crescimento nominal em valor de mercado (35,85%), passando de R$ 261,6 bilhões em 2011 para R$ 355,4 bilhões em 2012. Da alta de R$ 93,8 bilhões, 82% foi devido apenas ao crescimento da empresa (R$ 76,6 bilhões).
Fonte: Jornal do Commercio (POA)
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