Santos ganhará um espaço para estudar a forma mais eficaz e barata de extrair petróleo em reservatórios, como os da Bacia de Santos. Será o primeiro laboratório de petrofísica avançada, multiusuário e multiclientes do Estado de São Paulo, que deve funcionar ainda este ano. O contrato de adaptação de infraestrutura para receber os equipamentos foi assinado sexta-feira (31), entre a Escola Politécnica da USP e a Petrobras, que investirá R$ 7,5 milhões.
A iniciativa – que a longo prazo quer transformar a Cidade em um centro de expertise internacional para estudar o setor energético como um todo – deve movimentar as economias regional e nacional, além de possibilitar o desenvolvimento acadêmico e a capacitação de profissionais da Baixada Santista para o setor, em Santos. Isso porque parceria entre as instituições permitirá que o Centro de Pesquisas da Petrobras utilize o espaço para desenvolver tecnologias, em conjunto com a comunidade científica e alunos.
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Estrutura
O espaço deve ter cerca de 200 metros quadrados, nas dependências da Escola Politécnica em Santos (na Vila Mathias), que nos próximos meses deve receber o repasse de cerca de R$ 7,5 milhões para viabilizar e operacionalizar a iniciativa ao longo de três anos. A ideia foi de um grupo de seis professores da Poli-USP.
Carina Ulsen, professora e coordenadora do projeto, explica: “foi um trabalho de formiguinha e de muita persistência. Toda a infraestrutura foi pensada para estar em Santos, nas dependências da Escola Politécnica. O investimento inicial advém da cláusula específica do recurso para pesquisa, desenvolvimento e inovação, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que leva em conta a importância da crescente produção na Bacia de Santos”.
Investimento será de R$ 7,5 milhões, ao longo de três anos; extração em reservatórios deve ser facilitada
Como manter
Apesar do pontapé inicial ser com a Petrobras, o projeto prevê ampla relação com a comunidade técnico-científica. “Planejamos desde a idealização desse projeto, a criação de um laboratório, uma facility multiusuário, que atenda diferentes nichos de pesquisa, desenvolvimento, prestação de serviços, treinamentos, cursos e capacitação pessoal. Dessa forma, a manutenção do laboratório a curto e médio prazos virá também dessas atividades”, garante Ulsen, lembrando que o laboratório será aberto à comunidade técnica, acadêmica e científica sob o preceito de corresponsabilidade e compartilhamento do custeio operacional.
Por enquanto, a maioria dos laboratórios utilizados para o mesmo fim está instalada no estado do Rio de Janeiro, com destaque ao Laboratório de Caracterização Tecnológica, fundado e coordenado pelo professor Henrique Kahn, membro da equipe que desenvolveu o projeto santista.
A implantação em Santos ganha ainda mais relevância, segundo o professor e integrante do projeto Marcio Sampaio, porque a produção do pré-sal está aumentando cada vez mais, tornando fundamental a instalação de laboratórios de referência na cidade.
Cleyton Carneiro, professor vice-coordenador no projeto, destaca que o grande diferencial em desenvolver um laboratório desse porte no ambiente acadêmico está na ampliação das possibilidades em formar recursos humanos aqui, em Santos.
“O laboratório, em suas múltiplas aplicações, impulsionará o desenvolvimento de projetos de iniciação científica, mestrado, doutorado e até pós-doutorado, para lidar com os desafios da produção crescente, o que já é uma realidade”, diz.
Fonte: A Tribuna