A Petrobras fechou contrato com o Estaleiro Keppel para a construção de um FPSO, que será a nona unidade a operar no campo offshore de Búzios e uma das maiores unidades do Brasil.
A Petrobras iniciou o processo de licitação para aquisição da nona unidade FPSO para o campo de Búzios, localizado na área do pré-sal da Bacia de Santos, em maio de 2021.
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A empresa informou em atualização nesta segunda-feira (15) que, como resultado do andamento do projeto de desenvolvimento do campo de Búzios, assinou um contrato com o estaleiro Keppel para a construção da plataforma P-80 .
Em uma declaração separada na segunda-feira, a Keppel revelou que a concessão do contrato vale cerca de US$ 2,9 bilhões e que a embarcação está programada para ser concluída no primeiro semestre de 2026.
Segundo a Petrobras, esta unidade será uma das maiores a operar no Brasil e uma das maiores da indústria mundial de óleo e gás, com capacidade para produzir até 225 mil barris de petróleo por dia, processar até 12 milhões de m3/dia de gás, e armazenam mais de 1,6 milhão de barris. O projeto prevê a interligação de 14 poços, sendo 7 produtores de petróleo e 7 injetores.
A plataforma será própria, do tipo FPSO, com índice mínimo de conteúdo local de 25%. O início da produção está previsto para 2026 e a P-80 será o 28º sistema a operar no pré-sal.
A P-80 faz parte da nova geração de plataformas da Petrobras, caracterizada por sua alta capacidade de produção e por tecnologias para redução de emissões de CO2. A unidade incorporará a tecnologia de flare fechado, que aumenta o aproveitamento do gás e evita que ele seja queimado na atmosfera. Outra inovação será o sistema de detecção de gás metano, capaz de atuar para prevenir ou mitigar o risco de vazamentos, explicou a Petrobras.
O FPSO também será equipado com a tecnologia CO2 Capture, Use, and Geological Storage ( CCUS ).
Simultaneamente à construção do P-80, seu gêmeo digital será desenvolvido. Esta inovação consiste na reprodução digital através de uma unidade virtual idêntica à plataforma física, permitindo várias simulações remotas e testes operacionais virtuais, simulando diversos cenários de forma segura.
Conforme detalhado pela Keppel, o projeto e a engenharia serão realizados por meio de seus centros em Cingapura, Brasil, China e Índia. A fabricação dos módulos topside, que pesam cerca de 47.000 toneladas métricas (MT) no total, será distribuída em suas instalações em Cingapura, China e Brasil, com os trabalhos de integração e comissionamento a serem concluídos em Cingapura.
Além disso, a construção do casco e alojamento será realizada pela CIMC Raffles na China. A Keppel O&M também realizará a fase final dos trabalhos de comissionamento offshore quando o FPSO chegar ao campo.
A Petrobras destacou que, com reservas substanciais, baixo risco e baixo custo de extração, o campo de Búzios deve chegar ao final desta década com produção diária de cerca de 2 milhões de barris de óleo equivalente por dia, tornando-se o ativo de maior produção da empresa. Atualmente, quatro plataformas estão operando no campo de Búzios (P-74, P-75, P-76 e P-77) e outras quatro unidades estão em processo de construção ( FPSO Almirante Barroso ; FPSO Almirante Tamandaré ; P-78 – também em construção pelo Estaleiro Keppel – e P-79 ).
A Petrobras é a operadora do campo com 92,6% de participação, tendo a CNOOC e a CNODC como sócias, com 3,7% cada.