Segundo o diretor de Exploração e Produção da estatal, uma das estratégias para atingir a meta é investir em aumento de produtividade dos campos existentes
RIO - O diretor de Exploração e Produção da Petrobrás, Guilherme Estrella, afirmou nesta quarta-feira, 28, que a empresa "está brigando" para cumprir sua meta de produção para 2011, estabelecida em 2,1 milhões de barris por dia. "Estamos brigando, este é nosso dia a dia. Produção, manutenção de produção e aumento de produção. Estamos brigando. Lidamos com incertezas, então, é uma verdadeira briga", disse, para em seguida completar: "Nosso objetivo é atingir a meta".
Uma das estratégias apuradas pela empresa para atingir a meta é investir em aumento de produtividade dos campos existentes. Estrella informou hoje que, na primeira quinzena de novembro, a empresa deve instalar o Separador Submarino de Água e Óleo (SSAO) no campo de Marlim. Na prática, o instrumento permite um aproveitamento melhor da produção nos campos, e seria a primeira vez que a companhia utilizaria tal aparato, para este objetivo. "Estamos jogando todas as novas fichas (no SSAO). Se der certo, será uma ferramenta crítica e decisiva para melhorar a produtividade e a manutenção da produção dos campos", afirmou o executivo.
Durante participação no Rio Info 2011, evento sobre tecnologia, Estrella lembrou ainda que os campos que atingiram seu pico de produção têm, em média, um declínio de 10% em sua produção. Questionado sobre quando a Bacia de Santos, com seu pré-sal, poderia superar em termos de produção a Bacia de Campos, mais antiga, Estrella foi taxativo: "Nós, da exploração e produção trabalhamos 24 horas por dia para que este prazo seja o mais longo possível", afirmou.
A meta de produção de 2011 é a mesma de 2010, que não foi cumprida. Em março deste ano, o diretor financeiro e de Relações com Investidores da Petrobras, Almir Barbassa, havia afirmado que o cumprimento da meta de produção da companhia para este ano estaria "absolutamente tranquilo".
Avaliação
Segundo Estrella, a estatal estuda internamente a resposta da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) de considerar como um só os campos de Lula e de Cernambi, no pré-sal da Bacia de Santos - classificados como dois campos diferentes pela companhia, em avaliações anteriores."Estamos estudando internamente a resposta da ANP sobre sua decisão de considerar os campos como um só, para vermos quais medidas vamos tomar, do ponto de vista técnico. Nossa argumentação é estritamente técnica", assegurou.
No entanto, Estrella afirmou que esta análise sobre o tema não impediu em nenhum momento que a companhia cumprisse as regras estabelecidas pela agência sobre os campos. Assim, a empresa já entregou planos de desenvolvimento à ANP considerando os dois campos como um só, de acordo com o executivo.
A diretoria da ANP negou no último dia 21 recurso administrativo proposto pela Petrobrás contestando a decisão da agência de reprovar os planos de desenvolvimento dos campos de Lula e Cernambi, ambos na área do bloco exploratório BM-S-11, no cluster do pré-sal da Bacia de Santos. A decisão foi tomada durante reunião da diretoria colegiada do órgão regulador. A análise feita pelos diretores do órgão regulador é que os argumentos técnicos e jurídicos apresentados pela Petrobras no recurso não trouxeram novidades ao processo. O entendimento da agência continua sendo que Lula e Cernambi formam um único campo.
No início de julho, a diretoria da ANP reprovou os planos de desenvolvimento dos campos de Lula e Cernambi e determinou que a Petrobrás apresentasse em 90 dias um plano de desenvolvimento único para a área, incluindo a parte de Cernambi.
Fonte: da Agência Estado/Alessandra Saraiva e Kelly Lima
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