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Petrobras exclui pré-sal das suas vendas

Empresa espera obter US$ 13,6 bi com negócios em todas as áreas para gerar caixa para plano de investimentos

Estratégia inclui unidades no exterior e campos em produção, em terra e no chamado pós-sal, afirma diretor

A Petrobras já definiu as regras para levar adiante seu projeto de se desfazer de alguns negócios com o objetivo de gerar caixa para o seu plano de investimentos.
A única restrição é não colocar à venda nenhum campo, participação ou área ainda inexplorada do pré-sal -tanto na bacia de Campos como na de Santos.
"Não há limitação. A única é que o pré-sal não será alvo da nossa venda de ativos", afirmou em entrevista à Folha Almir Barbassa, diretor financeiro da Petrobras.
A estatal incluiu a venda de US$ 13,6 bilhões (cerca de R$ 24,3 bilhões) em ativos como uma importante fonte de financiamento de seu programa de investimento de 2011 a 2015 -de US$ 224,7 bilhões (R$ 402 bilhões). Barbassa diz que a companhia vai buscar negócios em todas as áreas: exploração e produção, refino, distribuição, gás e biocombustíveis.
Um outro foco, afirma, será vender ativos no exterior. A empresa atua sobretudo em refino nos EUA, no Japão e na Argentina e em exploração e produção em países da América do Sul, nos EUA e no oeste da África. Na área de exploração e produção, a estatal poderá vender blocos em fase de prospecção, descobertas realizadas ou campos em produção. Todos no pós-sal ou em campos terrestres.
De acordo com Barbassa, também poderão ser oferecidos campos inteiros ou somente participações. A mesma lógica, diz, vale para refinarias, termelétricas e outras unidades de companhia.
Hoje, a empresa, segundo o diretor, trabalha na seleção dos projetos ou unidades em operação que poderão ser foco da venda. A expectativa é que até o fim de 2012 seja concluído o processo de venda.
Segundo Barbassa, a companhia trabalha para "liberar" mais recursos próprios que atualmente são usados para financiar fornecedores, por meio da antecipação de parte dos valores dos contratos de suprimento de bens e serviços. "A ideia é que os bancos passem a prover mais capital de giro para os nossos fornecedores. Isso já está acontecendo", relata Barbassa.

INTERESSADOS
A Petrobras não começou ainda os contatos com potenciais interessados. Mas, diante do anúncio da venda de ativos, as empresas do setor se movimentam. A brasileira Barra Energia, criada em 2010, manifesta disposição.
Segundo Renato Bertani, a empresa vai "olhar com atenção" principalmente as áreas ainda em prospecção, mesmo que no pós-sal. Na semana passada, a empresa adquiriu uma fatia de 30% da Shell e da Chevron num bloco do pré-sal. "Não falamos em valores, mas gastamos muito menos da metade dos US$ 1,2 bilhão [R$ 2,1 bilhões] que temos em caixa", diz Bertani.

Fonte: Folha de São Paulo/PEDRO SOARES/DO RIO






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