A diretora da área de exploração e produção (E&P) da Petrobras, Solange Guedes, explicou nesta sexta-feira de que modo a Petrobras vai conseguir reduzir em US$ 32 bilhões os investimentos previstos até 2019 com queda de apenas cem mil barris diários na produção em relação ao anteriormente previsto. Ao comentar a reação do mercado, ela enfatizou que um ponto que precisa ser considerado é a evolução histórica da produtividade dos campos do pré-sal.
Segundo a executiva, dois terços da otimização dos investimentos da área de exploração e produção – onde estão previstos US$ 80 bilhões entre 2015 e 2019 – são relacionados a projetos do pré-sal. Entre as otimizações estão a redução para 30 dias no prazo de perfuração de poços e a construção dos poços, propriamente dita, que agora vai acontecer “just in time” com a instalação das plataformas.
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A Petrobras também não tinha atualizado, no plano anterior, os novos custos oriundos da renegociação de contratos com fornecedores, notadamente proprietários de sondas, equipamentos, barcos e helicópteros, principalmente, que são os maiores da área de E&P. Na revisão do plano de investimentos, também foi adiada, de 2019 para 2020, a primeira fase da revitalização do campo gigante de Marlim.
Demissões
O diretor financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, disse que a companhia poderá voltar a cortar investimentos se houver consolidação de um novo patamar do preços do petróleo. Até o momento, a estatal trabalha com o preço médio de US$ 45 para o Brent em 2016, valor acima dos verificados até o momento. “Acho que devemos realizar uma segunda onda de demissões”, disse Monteiro.
Para enfrentar a pressão da queda, a companhia tem feito economia de custos e prepara a venda de ativos. Além de renegociar contratos e postergar projetos, a Petrobras também iniciou a devolução de alguns prédios, como o Torre Almirante, no centro do Rio, e a demissão de terceirizados lotados no edifício-sede.
Planejamento
O planejamento financeiro da Petrobras divulgado no início da semana prevê economia de US$ 21,2 bilhões até 2019 decorrente da otimização. Outros US$ 10,7 bilhões são efeito da variação cambial.
Sobre o fato de o investimento de 2016 ter aumentado US$ 1 bilhão, para US$ 20 bilhões, o diretor financeiro, Ivan Monteiro, explicou que não foi o que ocorreu exatamente. Segundo ele, ao reduzir de US$ 45 bilhões para US$ 23 bilhões os investimentos de 2015, alguns gastos foram transferidos para este ano.
Fonte: Valor