O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, ressaltou a importância do sistema integrado de energia do país e lembrou do apagão no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso durante a cerimônia de inauguração da usina termelétrica (UTE) Arembepe Energia, no pólo industrial de Camaçari (BA).
Gabrielli destacou que o perfil do setor energético brasileiro atual é bastante diferente do existente no início da década. "Quando ocorreram os problemas do apagão (em 2001), não tínhamos o grau de integração e número de linhas de transmissão que temos hoje. Havia, portanto, uma situação bastante diferente. O governo do presidente Lula implantou uma integração energética muito maior do que tínhamos", destacou o executivo.
Esse processo de integração, continuou o executivo, dependia da criação de diferentes fontes para a geração de energia. Nesse contexto, o governo estimulou projetos de termelétricas, que têm como papel principal garantir o abastecimento de energia em períodos de seca. "São Pedro não é muito planejador. A chuva, às vezes, é diferente de um lugar para o outro. Por isso em algumas oportunidades temos reservatórios cheios, em condições de gerar eletricidade, e em outras, não", afirmou Gabrielli, explicando a importância de unidades como a UTE Arembepe.
A termelétrica utilizará óleo combustível para gerar energia e tem capacidade instalada de 150 MW. O projeto, fruto de uma sociedade entre Petrobras e Nova Cibe Energia, é integrante do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e deve atender principalmente a região metropolitana de Salvador, cuja demanda diária média é de 2.100 MW.
Gabrielli lembrou também da integração da rede de distribuição de gás natural no País, por intermédio da conclusão do projeto do Gasene. "Demos um passo a mais, que é a existência de uma rede de distribuição integrada, além de termos a rede de transmissão elétrica nacional", afirmou o executivo, citando mais um projeto concluído este ano.
Mais petróleo
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) informou que o poço Franco, perfurado em busca das reservas para a cessão onerosa à Petrobras, tem reservas recuperáveis de petróleo de 4,5 bilhões de barris. O cálculo foi realizado utilizando padrões semelhantes aos usados pela Petrobras em Tupi, o que ampliou o volume de reservas com relação a projeções internas anteriores, que ficavam na casa dos 2 bilhões de barris por dia. A ANP falava em um fator de recuperação de cerca de 10% de todo o petróleo constante no reservatório, enquanto a Petrobras frisava que poderia extrair mais.
O poço foi perfurado num prospecto de 400 quilômetros quadrados a nordeste de Iara, descoberta da Petrobras na Bacia de Santos. Segundo a ANP, foi encontrada uma coluna de óleo de 272 metros de espessura.
O diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, afirmou que "parece se tratar de um dos poços de maior potencial já perfurado no país". A ANP informou ainda que está estudando a possibilidade de iniciar imediatamente um teste de formação no poço, com o objetivo de verificar sua produtividade.
O segundo poço da ANP, batizado de Libra, já começou a ser perfurado, a 32 quilômetros a nordeste de Franco, com a plataforma Ocean Clipper, atualmente sob contrato com a Petrobras. As reservas descobertas nos dois poços serão negociadas com a Petrobras dentro do processo de cessão onerosa, que faz parte da capitalização da companhia.
Fonte: Monitor Mercantil
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