A Petrobras pretende adotar na contratação do afretamento do navio-plataforma (FPSO) Mero 2 os mesmos percentuais de conteúdo local fixados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) para Mero 1 (ex-Libra 1), primeira plataforma que será instalada em Libra, no pré-sal na Bacia de Santos. A informação foi dada nesta sexta-feira pelo gerente-executivo de Libra da Petrobras, Fernando Borges.
Ele informou que a estatal iniciou o processo de licitação no último dia 31 para afretar (alugar) Mero 2, a segunda unidade de produção de petróleo que será instalada no campo de Mero, localizado em Libra. De acordo com Fernando Borges, o conteúdo local da unidade Mero 1 ficará entre 36% a 40%. No contrato inicial, assinado em 2013, a média de compras de equipamentos e serviços no país era de 55%, em média.
PUBLICIDADE
Fernando Borges explicou que foram enviadas carta-convite para 20 companhias, com capacidade de construir e operar unidades de produção de petróleo de grande porte A Mero 2, semelhante à Mero 1, terá capacidade para produzir 180 mil barris por dia de petróleo e 12 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Uma plataforma desse porte, com até 32 mil toneladas de peso para operar em profundidades de até dois mil metros, pode ter um custo de construção entre US$ 1,5 bilhão a US$ 2 bilhões.
O processo de licitação da Mero 1 levou cerca de dois anos, uma vez que as propostas apresentadas pelas empresas concorrentes foram consideradas elevadas demais pela Petrobras. Por isso, a estatal solicitou Waiver à ANP, ou seja, pedido de perdão para não ser multada por não cumprir os percentuais de compras de materiais e equipamentos no país previstos no contrato que foi assinado em 2013, quando o consórcio arrematou a área de Libra, no primeiro leilão do pré-sal no regime de Partilha.
- Estamos indo ao mercado (processo licitatório) balizados pelo waiver dado para Mero 1, que estabeleceu ajustes no conteúdo local - afirmou Borges.
A Petrobras acredita, contudo, que os preços da contratação poderão cair ainda mais caso a ANP publique até abril uma resolução pela qual permite que contratos de concessão assinados no período de 2005 a 2013 possam optar por índices de conteúdo local inferiores aos fixados nos contratos originais. Segundo Fernando Borges, se for publicada essa resolução, e o consórcio considerar que é mais vantajoso, poderá aderir aos novos critérios para não atrasar o processo de contratação. A Petrobras já tem pronta uma segunda proposta de licitação com esses novos índices.
A área de Libra já está em produção desde novembro do ano passado, quando foram iniciados os Testes de Longa Duração (TLD) em um poço, cuja vazão é de 20 mil barris por dia. Até o fim de fevereiro, quando for iniciada a operação de reinjeção de gás, Borges estima que essa produção deverá dobrar.
A previsão é que a Mero 2 entre em produção a partir de 2022, A primeira plataforma de Libra , a Mero 1, prevista para entrar em operação em 2021, foi contratada ao grupo japonês Modec em dezembro do ano passado.
O consórcio de Libra é liderado pela Petrobras – com participação de 40% - em parceria com a Shell (20%); Total (20%); CNPC (10%) e CNOOC Limited (10%), tendo a Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) como gestora do Contrato de Partilha da Produção.
Fonte: O Globo