O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse nesta segunda-feira que a companhia paga, anualmente, US$ 7 bilhões em juros da dívida. Segundo ele, o número é cerca de US$ 6 bilhões que o gasto, em média, pelas principais petroleiras de capital privado do mundo. “Com essa diferença, a cada ano poderíamos estar implementando um novo sistema de produção. Não fazemos isso, porque há um aumento da demanda de juros”, disse o executivo, durante palestra no Rio.
Parente reiterou que a companhia pretende intensificar seu processo de desalavancagem, mesmo se a estatal conseguir reduzir a relação dívida líquida/Ebitda para 2,5 vezes em 2018. “Se eventualmente alcançarmos [as 2,5 vezes] antes de 2018, não vamos parar por aí. Este não é um número final definido para 2018. Não discutimos qual será o numero final. Uma empresa saudável, na minha visão, não pode ter alavancagem superior a 1,5 vez”, disse.
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O executivo já havia destacado o esforço de redução de endividamento e alavancagem na semana passada, durante o 19º Encontro Internacional de Relações com Investidores e Mercado de Capitais, em São Paulo. No primeiro trimestre, a relação dívida líquida/Ebitda da companhia foi de 3,2 vezes.
Segundo Parente, o rating da companhia poderia estar num nível mais elevado, mas que a avaliação de risco da União, o acionista controlador da companhia, puxa para baixo a classificação da estatal. “(...) estamos com um teto no rating dada a situação soberana do país”, disse o executivo.
Durante o evento, o presidente da Petrobras afirmou também que a estatal ainda espera uma “redução posterior” do número de empregados próprios. Ele destacou que o último programa de incentivo ao desligamento voluntário (PIDV), lançado em 2016, encerrou-se em maio, o que deve representar novas reduções no futuro. Ao final do primeiro trimestre, o quadro pessoal da empresa fechou em 65,1 mil funcionários, ante os 68 mil ao final de 2016 e 78 mil em 2015.
Parente disse novamente que a companhia pretende, “proximamente”, fazer reajustes mais frequentes nos preços dos combustíveis. Ele destacou que a ideia da companhia é aumentar a frequência dos reajustes, para além das revisões mensais que vinha praticando. “Vamos fazer reajustes mais frequentes proximamente. Como uma empresa, temos que reagir às variáveis como preço dos combustíveis e taxa de câmbio”, afirmou.
Fonte: Valor