O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse nesta quarta-feira aos deputados da Comissão de Minas e Energia que o principal desafio da empresa nos próximos anos será financiar o desenvolvimento da sua cadeia de fornecedores no País. Em relação à mão de obra, a empresa deve promover, até 2014, o treinamento de 212.638 pessoas que trabalharão para os seus fornecedores. A maior parte dos cursos acontecerá nos estados do Rio de Janeiro, Pernambuco e Maranhão.
Outra inciativa é um programa de crédito aos fornecedores brasileiros da Petrobras com custos reduzidos, que vem sendo tocado por seis grandes bancos.
O deputado Luiz Alberto (PT-BA), autor do requerimento de realização da audiência, elogiou a prioridade para o conteúdo nacional anunciada por Gabrielli: "Em média, 60% ou 65% dos fornecedores de equipamentos e serviços serão de empresas brasileiras, particularmente na área de produção e exploração de petróleo. Isso terá um impacto muito grande do ponto de vista econômico e social no nosso País, com geração de emprego e renda."
Investimentos
Durante a audiência na Câmara, Gabrielli apresentou o plano de negócios da Petrobras de 2011 a 2015. Ele informou que o Brasil não é competitivo em 5 dos 13 setores mais importantes para a produção nas plataformas de petróleo. Dois deles — os de turbomáquinas e estrutura e sistemas navais — são os que mais pesam no custo total.
Porém, segundo ele, 57% dos 225 bilhões de dólares a serem investidos até 2015 serão aplicados em exploração e produção de petróleo. Sem considerar o pré-sal, a produção vai passar de 2,1 milhões de barris por dia para 3 milhões em 2015. Hoje, o pré-sal representa apenas 2% do total da empresa. Em 2015, já deverá representar 18%.
O deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) criticou a anunciada autossuficiência do País em petróleo, já que o Brasil importa gasolina. Gabrielli argumentou que as duas coisas não são incompatíveis: "O Brasil produz 2,1 milhões de barris e utiliza 1,8 milhão, e portanto exporta petróleo porque é autossuficiente. O governo nunca disse que o Brasil era autossuficiente em derivados, porque derivados precisam de refinaria, e a última foi feita em 1980. Éramos exportadores de gasolina, só que o mercado de gasolina cresceu 19% em 2010 e aí passamos a ser importadores."
Ele disse que a autossuficiência em gasolina deverá acontecer em 2020, com a construção de novas refinarias.
Fonte: Agência Câmara
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