A Petrobras reduziu em 37% os investimentos previstos para os próximos quatro anos. Na última sexta-feira (26), o conselho administrativo da companhia aprovou o plano de negócios de gestão 2015-2019, que prevê um total de US$ 130,3 bilhões, sendo 83% (US$ 108,6 bilhões) para área de exploração e produção (E&P), US$ 12,8 bilhões para abastecimento, 5% para gás e energia e 2% para demais áreas. O plano anterior (2014-2018) projetava aportes de US$ 206,8 bilhões (excluindo os projetos em avaliação).
Dos investimentos da área de E&P previstos até 2019, 86% serão alocados para desenvolvimento da produção, 11% para exploração e 3% para suporte operacional. De acordo com a Petrobras, serão destinados US$ 64,4 bilhões a novos sistemas de produção no Brasil, dos quais 91% no pré-sal. Na atividade de exploração no país, os investimentos estão concentrados no programa exploratório mínimo de cada bloco.
As metas de produção de óleo, LGN (líquido de gás natural) e gás natural no Brasil também foram atualizadas, refletindo postergação de projetos de menor maturidade ou atrasos na entrega das unidades de produção, os quais a Petrobras atribui principalmente às "limitações de fornecedores no Brasil". A companhia espera alcançar uma produção total de óleo e gás (Brasil e internacional) de 3,7 milhões de boed (barris de óleo equivalente diários) em 2020, quando a empresa estima que o pré-sal representará mais de 50% da produção total de óleo.
O plano 2015-2019 tem como objetivo principal a desalavancagem da companhia. De acordo com a Petrobras, o planejamento financeiro levou em conta, entre outros fatores, o preço da commodity e a variação cambial. A companhia estima o preço médio do preço do Brent na faixa de US$ 60/bbl em 2015 e US$ 70/bbl no período 2016-2019. Já a taxa de câmbio média projetada pela empresa é de R$ 3,10 em 21015, atingindo R$ 3,26 em 2016, R$ 3,29 entre 2017 e 2019 e R$ 3,56 em 2020. A estatal prevê a adoção de medidas de otimização e ganhos de produtividade para reduzir os gastos operacionais gerenciáveis (custos e despesas totais, excluindo-se a aquisição de matérias-primas).
O montante de desinvestimentos em 2015/2016 foi revisado de US$ 13,7 bilhões para US$ 15,1 bilhões (sendo 30% na E&P, 30% no Abastecimento e 40% no Gás e Energia). O plano também prevê esforços em reestruturação de negócios, desmobilização de ativos e desinvestimentos adicionais, totalizando US$ 42,6 bilhões em 2017/2018. A carteira de investimentos do plano prioriza projetos de exploração e produção (E&P) de petróleo no Brasil, com ênfase no pré-sal. Nas demais áreas de negócios, os investimentos destinam-se, basicamente, à manutenção das operações e a projetos relacionados ao escoamento da produção de petróleo e gás natural.
Em comunicado ao mercado, a Petrobras ressaltou que a companhia está sujeita a diversos fatores de risco que podem impactar adversamente suas projeções de fluxo de caixa, como mudanças de variáveis de mercado (preço do petróleo e taxa de câmbio); operações de desinvestimentos e outras reestruturações de negócios, sujeitas às condições de mercado vigentes à época das transações; e alcance das metas de produção de petróleo e gás natural, em um cenário de dificuldades com fornecedores no Brasil.
Por Danilo Oliveira
(Da Redação)
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