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Petrobras reestrutura operação na Argentina

A subsidiária da Petrobras na Argentina mudará de comando no dia 1º de fevereiro, após ter concluído um processo de reestruturação que envolveu a demissão de cerca de 400 dos 4,7 mil funcionários. O geólogo paulista Carlos Alberto da Costa, que exercia desde janeiro do ano passado o cargo de diretor de exploração e produção da Petrobras Energia, assumirá como diretor-geral em um momento de indefinição da empresa no país. Uma das grandes dúvidas é o futuro da refinaria de San Lorenzo, na província de Santa Fé.
De acordo com o jornal "La Nación", as negociações para a venda da refinaria estão avançadas e podem ser concluídas nos primeiros dias de fevereiro. Por um valor entre US$ 25 milhões e US$ 30 milhões, a unidade seria vendida ao empresário Cristóbal López, próximo ao kirchnerismo e um dos pouquíssimos representantes do setor privado que já declarou abertamente apoio à candidatura do ex-presidente Néstor Kirchner nas eleições de 2011. López fez fortuna com cassinos e entrou nesta década no setor petrolífero, com atividades de exploração e produção, por meio da Oil M&S. A unidade de San Lorenzo - a Petrobras tem outra na cidade de Bahía Blanca, além de ser acionista minoritária em uma terceira refinaria - traria verticalização aos negócios de López.
O diretor da área internacional da Petrobras no Brasil, Jorge Zelada, negou que a companhia esteja negociando a venda de refinarias na Argentina. "Não existe decisão com relação a venda de refinarias", disse ao Valor. Sobre a mudança no comando da filial argentina, o diretor disse que isso se deve a um processo natural de substituição gerencial. E negou enfaticamente informações obtidas pelo Valor que justificam a troca de comando como favor pedido por um senador do PMDB da região Norte.
"Isso não tem fundamento. Carlos Alberto da Costa é uma indicação minha, eu o conheço há muito tempo e ele já era diretor de exploração e produção da Petrobras na Argentina. (Décio) Oddone saiu porque sua missão se encerrava em dois anos. Ele terá outra missão", explicou o executivo.
Zelada se referia a Décio Oddone, que esteve à frente da Petrobras Energia por dois anos e agora regressa ao Brasil. Oddone promoveu uma reestruturação da empresa, com 400 demissões em agosto do ano passado. Embora tenha enxugado quase 20% do quadro de funcionários, a subsidiária dispensou apenas terceirizados, preservando o pessoal de carreira. De acordo com Zelada, as demissões foram um processo natural de gestão, já que a empresa tinha funcionários em funções que se sobrepunham desde que foram reunidos ativos da Eg3 e da Pérez Companc. "Foi um processo normal e que também incluiu a diminuição do número de diretores."
Ao negar a venda de refinarias na Argentina, o diretor internacional mencionou um projeto para melhoria da qualidade dos combustíveis produzidos na refinaria de Bahía Blanca. Mas mesmo a refinaria de San Lorenzo, que ele considera "mais complicada", não está sendo negociada nesse momento, garantiu.
Essa unidade, que é menor e mais antiga, é menos importante no portfólio da companhia e sempre é alvo de rumores sobre venda na Argentina. Zelada disse que a empresa faz regularmente a gestão de seus ativos e citou, como exemplo disso, a recente venda da empresa de fertilizantes à Bunge. "Ali a decisão de desinvestir ocorreu para focar na exploração e produção."
Ao comentar ativos que não têm muito relação com os negócios da estatal, Zelada mencionou a Edesur, distribuidora de energia mais importante da Argentina, na qual a Petrobras participa com 48,5% das ações. Ele admite que a participação pode ser vendida. "Mas é preciso encontrar um interessado", disse.
Além de ter perdido participação no mercado local de revenda de combustíveis, a Petrobras teve queda de 7,3% na sua produção de petróleo na Argentina, nos dez primeiros meses de 2009. Zelada afirmou que isso é resultado da maturação natural dos campos de petróleo. "Não existe nenhuma surpresa. Estamos investindo em exploração no sul da Argentina, mas isso leva tempo. De qualquer forma, os patamares (de produção) não mudaram significativamente."(Fonte: Valor Econômico/Claudia Schüffner e Daniel Rittner, do Rio e Buenos Aires)



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